"Governo que tenta justificar insucessos com o passado é incompetente"

José Luís Carneiro disse que "quem tem de prestar contas por aquilo que fez ou que não fez é o governo que esta no desempenho das suas funções".

José Luís Carneiro

© PS/ José António Rodrigues

Carolina Pereira Soares com Lusa
25/08/2025 11:52 ‧ há 7 horas por Carolina Pereira Soares com Lusa

Política

Incêndios

O secretário-geral do PS disse hoje em declarações aos jornalistas em Chaves, antes de percorrer a Estrada Nacional 2, que é "incompreensível que o Ministério da Agricultura tenha ido buscar mais de 120 milhões de euros das políticas florestais" e os tenha desviado para outras áreas, "retirando esses recursos financeiros daquela que devia ser uma prioridade".

 

Prioridade essa que, explicou, "tinha que ver com a concretização da reforma da propriedade rústica, com o registo cadastral, tinha que ver, por exemplo, com projetos de reflorestação para a constituição das áreas integradas de gestão da paisagem, para a criação dos mosaicos florestais".

José Luís Carneiro respondeu ainda às críticas constantes do PSD e do CDS-PP, os partidos que integram o Governo, que sistematicamente culpam executivos socialistas pela situação atual do país, no que toca aos incêndios

"Quem tem de prestar contas por aquilo que fez ou que não fez é o governo que esta no desempenho das suas funções", afirmou.

Líder do PS cita Cavaco Silva para criticar o Governo

Carneiro lembrou ainda com uma citação de "alguém que tem sido um guru espiritual para o primeiro-ministro", o ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.

"A partir de 6 meses de governo, um governo que procure justificar os seus insucessos com governos do passado é um governo incompetente", apontou.

Questionado sobre o voto que o PS iria ter na comissão parlamentar de inquérito, proposta pelo Chega, José Luís Carneiro realçou que os socialista foram "os primeiros a apresentar uma comissão técnica de inquérito".

E não perdeu a oportunidade para tecer críticas à atuação do primeiro-ministro durante a fase inicial dos incêndios - quando ainda se encontrava de férias.

Carneiro acusa Montenegro de ter estado "dez dias desaparecido"

"Compreendo bem que haja quem esteja com problemas de consciência porque esteve dez dias desaparecido do pais e ao fim dos dez dias queria dar prova de vida", afirmou o líder do PS. "Nós não temos essa necessidade por uma razão: porque dez da primeira hora que apresentamos propostas ao Governo", referiu o socialista.

José Luís Carneiro referiu ainda que os socialistas têm feito muitas propostas relativamente aos incêndio e "aproveitando a boa abertura" demonstrada pelo ministro da Coesão defendeu a criação de um "programa equivalente ao VITIS" (Regime de Apoio à Reestruturação e Reconversão de Vinhas) que permita "que os agricultores e pequenos produtores florestais tenham apoios diretos para a limpeza dos seus hectares de floresta, que é em regime de micro e pequena propriedade onde se fazem sentir mais os incêndios".

E que permita ainda, acrescentou, que na revisão da lei das Finanças Locais os "municípios tenham também uma comparticipação do Estado para realizarem as limpezas obrigatórias e de caráter administrativo".

"E se conseguirmos dar este passo em frente é já um passo importante para responder particularmente às necessidades de maior urgência que são as limpezas de segurança, as limpezas de caráter preventivo", frisou.

O líder socialista considerou ainda que "não haverá vencimento das dificuldades estruturais que o pais tem se nós não formos capazes de ter políticas de investimento na agricultura, na floresta e na valorização de recursos económicos".

Carneiro questiona o porquê da Proteção Civil não ter respondido às necessidades em 2025

O líder socialista lembrou ainda propostas feitas ao "Governo para que a gestão das condições atmosféricas, da humidade, dos ventos, pudessem ter sido acompanhadas de outra forma" e reforçou que "é evidente que é preciso " enfrentar os efeitos das alterações climáticas.

"Mas quando eu dizia isto, no passado, o senhor primeiro-ministro dizia que eu queria desviar-me daquilo que era o essencial dos deveres do ministro da Administração Interna, dizendo que eu andava a apregoar a ciência. O seu ministro, o atual ministro dos negócios estrangeiros, o doutor Paulo Rangel, dizia mesmo que eu era uma espécie de propagandista da ciência nacional", afirmou.

Mas, acrescentou, "certamente agora já chegaram à conclusão" de que tinha razão quando em 2022 chamou uma comissão de cerca de 30 peritos para avaliarem os incêndios da Serra da Estrela".

"As conclusões foram publicadas em livro, estão lá, as recomendações foram incorporadas em 2023, o que há que compreender é porque é que em 2023 e 2022 e ainda em 2024, que era o resultado do planeamento que foi feito, o sistema de Proteção Civil respondeu e porquê é que não respondeu em 2025, Mas a isso só mesmo o primeiro-ministro é que pode responder", frisou.

[Notícia atualizada às 14h14]

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