Esta será a 11.ª participação do antigo líder do PSD nesta iniciativa de formação de jovens quadros.
A notícia foi avançada pelo jornal online Observador e confirmada à Lusa pela organização da UV, que começa hoje em Castelo de Vide (Portalegre) e decorre até domingo, sendo encerrada pelo presidente do PSD e primeiro-ministro Luís Montenegro.
De acordo com a mesma fonte, aos 'alunos' da UV já está a ser distribuído o programa final que inclui a aula 'As respostas do Presidente', na qual Marcelo Rebelo de Sousa será questionado em direto pelos participantes, à partida por videoconferência.
Essa aula está marcada para quarta-feira às 15 horas, coincidindo com o debate que decorrerá na Assembleia da República, com a presença do primeiro-ministro, sobre 'A situação dos incêndios em Portugal'.
Esta será a 11.ª participação de Marcelo Rebelo de Sousa na Universidade de Verão do PSD, tendo a última sido há dois anos, num jantar-conferência centrado na situação da Ucrânia, naquela que foi, até agora, a sua única participação presencial nesta iniciativa de formação política desde que foi eleito Presidente da República, a que se soma outra em 2022, em vídeo.
Antes, já tinha participado nas edições de 2005, 2006, 2007, 2009, 2010, 2012, 2013 e 2014 e foram muitos os temas de que falou aos jovens alunos.
Na sua estreia, admitiu que poderia ponderar uma candidatura à Presidência da República, mas apenas caso Cavaco Silva não entrasse na corrida a Belém de janeiro de 2006, o que viria a acontecer.
Na participação de 2006, elogiou o então presidente do PSD, Luís Marques Mendes, pelo "enorme mérito" da sua oposição ao Governo e demarcando-se da estratégia de outros partidos, como a Nova Democracia, criado pelo ex-líder do CDS-PP Manuel Monteiro.
Em 2007, numa aula sobre os "Dez Mandamentos da Democracia", Marcelo Rebelo de Sousa acusou o então primeiro-ministro socialista José Sócrates de ter dado "alguns pontapés" em vários -- pluralismo da comunicação social, direitos económicos e sociais e até, de forma subtil, a independência dos tribunais -, e assumir "tiques autoritários ou de arrogância".
Dois anos depois, Marcelo voltaria a Castelo de Vide em vésperas das legislativas de 2009, mas não se quis pronunciar sobre as polémicas que rodearam as listas do PSD (com Pedro Passos Coelho a ficar de fora), e a preferir elogiar o programa "inteligente e eficaz" da então líder Manuela Ferreira Leite, que viria a perder para Sócrates (embora sem maioria absoluta).
Em 2010, já com Pedro Passos Coelho como líder do PSD, o comentador Marcelo vaticinava que este presidente "muito cerebral e muito frio" conseguiria resistir ao "frenesim dos laranjinhas" e chegar ao Governo -- o que se confirmaria no verão do ano seguinte -, sublinhando que mais vale demorar mais tempo, mas não haver "precipitações".
Dois anos depois, com Portugal sob ajuda externa e o PSD a liderar um Governo de coligação com o CDS-PP, o professor Marcelo defendia imaginação para lidar com as avaliações da 'troika' e que o Governo não deveria pedir mais tempo nem dinheiro aos técnicos internacionais (e não o fez).
Em 2013, continuava a ser a assistência financeira a dominar as preocupações do país, e o comentador televisivo voltou a defender um "campo de manobra" para lidar com os sucessivos chumbos do Tribunal Constitucional a medidas do Governo.
Um ano depois, já com a 'saída limpa' do programa cautelar, Marcelo voltava atenções para as legislativas do ano seguinte e admitia o prolongamento da coligação PSD/CDS-PP, que se viria a confirmar.
Já como chefe de Estado, só em 2018 voltaria a responder, por escrito, a perguntas dos alunos da UV, reconhecendo então que "é cada vez mais difícil" ser Governo, oposição e até Presidente da República, e considerando que o primeiro executivo de António Costa, apoiado numa 'geringonça' à esquerda, representou o nascimento de "uma nova prática constitucional".
Quatro anos depois, à distância mas em direto, Marcelo Rebelo de Sousa voltaria a participar na UV, respondendo a 15 perguntas dos alunos sobre temas de atualidade como a TAP ou a então recente demissão da ministra da Saúde Marta Temido.
A Universidade de Verão do PSD começa hoje em Castelo de Vide com intervenções do secretário-geral do partido, Hugo Soares, e do autarca e recandidato à Câmara de Lisboa Carlos Moedas.
Além de Moedas e do candidato social-democrata à Câmara do Porto, Pedro Duarte, a Universidade de Verão do PSD contará com intervenções do candidato presidencial Luís Marques Mendes e da comissária europeia Maria Luís Albuquerque.
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