O Bloco de Esquerda (BE) anunciou, esta segunda-feira, 25 de agosto uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com um foco na coordenação e meios de combate aos incêndios florestais ocorridos no verão de 2025.
O anúncio foi feito pela líder do partido ao início da tarde de hoje, a partir de Oliveira do Hospital, onde está de visita às zonas afetadas pelos incêndios.
Após falar com vários populares sobre os fogos que fustigaram a região nas últimas semanas, Mariana Mortágua deu a novidade aos jornalistas presentes no local, justificando com o facto de estes serem, neste momento, os dados mais importantes a averiguar, "sem querer desvalorizar a gestão do território".
"Achamos que, neste momento, o mais importante é perceber como é que funcionaram as cadeias de comando e a desorganização de combate aos incêndios. Perceber porque é que os organismos de prevenção não funcionaram e compreender porque é que Portugal continua a não ter os meios aéreos necessários para combater os fogos", argumentou a parlamentar.
Na opinião de Mariana Mortágua, houve um "problema de hierarquia política", os "bombeiros relatam uma enorme desorganização", não dos operacionais no terreno, "que fazem o seu melhor, mas das cadeias de comando".
De 2017 para agora "nada mudou"
Posteriormente, o BE admite também pedir respostas sobre a gestão do território, uma vez que este, "continua a não ser tratado, não ser cuidado, o que facilita a propagação dos incêndios"
"Uma das pessoas com quem falamos, o Hélder, que perdeu muita da sua produção agrícola agora, já tinha perdido tudo, inclusive a casa, em 2017. E o que nos conta é que esperava que, depois de 2017, as coisas mudassem. Mudassem não só no combate aos incêndios, como no ordenamento do território, que é muito composto por eucaliptos. E o que ele nos diz é que nada mudou", realçou Mariana Mortágua, exingindo que se encontre "instrumentos para gerir o nosso território".
"Sete anos depois, as coisas voltam a acontecer, voltam a arder e a pergunta que faz é: Para que é que serve investir? Se uma pessoa investe e de sete em sete anos as coisas ardem, todas as lições são esquecidas", concluiu.
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