Paulo Raimundo assumiu esta posição em conferência de imprensa, no final de uma reunião do Comité Central do PCP, numa declaração em que acusou o executivo PSD/CDS de adotar uma política "que tenta iludir a realidade a partir de uma máquina de propaganda com poderosos meios e instrumentos".
"Quando se exige justiça fiscal, desde logo com a descida do IVA na eletricidade, gás e telecomunicações, medidas com impacto real na vida da maioria, é levantada a cortina de fumo do IRS, que, sem qualquer impacto em milhões de trabalhadores e reformados com baixos rendimentos, serve para abrir caminho à descida do IRC", sustentou o secretário-geral do PCP.
Na sua declaração, o líder comunista apelou também a uma" intensificação da luta" contra as opções do Governo.
"Uma luta onde se confrontam os interesses da larga maioria com a minoria que se julga dona disto tudo", disse, contrapondo depois à atual situação "um caminho que requer a denúncia do capitalismo, a causa funda das injustiças, das desigualdades e da exploração".
"Um caminho que exige o fim da submissão do país aos desmandos de guerra dos Estados Unidos, da NATO e da União Europeia e reconhecer o Estado da Palestina. Um caminho de denúncia da mentira e da demagogia e o firme combate a conceções reacionárias", completou.
Perante os jornalistas, Paulo Raimundo disse ainda que o PCP "está empenhado" nas próximas eleições autárquicas, "juntando no plano local, em torno da CDU, a frente unitária e popular que reúne milhares de pessoas sem filiação partidária e até votantes e apoiantes de outras forças políticas".
No que respeita a iniciativas desenvolvidas pelo PCP, Paulo Raimundo referiu mais um dado: "Acabámos de realizar em Lisboa e no Porto, com milhares de participantes, a importante marcha sobre o lema Cumprir a Constituição - aumentar salários e pensões. Uma ação que culminou com a recolha de mais de 140 mil assinaturas com essa exigência".
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