O candidato presidencial António Filipe lamentou, no sábado, a morte do ex-autarca de Vila Franca do Deão, Carlos Dâmaso, enquanto combatia as chamas e apontou "falhas na orientação política".
"Em face da grave situação que o país está a viver em matéria de fogos florestais, quero em primeiro lugar lamentar a morte do nosso concidadão Carlos Dâmaso no combate a um incêndio em propriedade da sua família e endereçar sentidas condolências aos seus familiares e amigos", começou por escrever na rede social X.
Manifestou ainda a sua "solidariedade aos bombeiros, forças de segurança, autarcas, demais agentes de proteção civil e população que lutam incansavelmente, com os meios de que dispõem, contra este flagelo que ameaça a vida de pessoas e animais" e que "causa danos patrimoniais e ambientais de enorme dimensão".
António Filipe referiu ainda que "apesar das recomendações que foram feitas aos responsáveis políticos na sequência dos terríveis incêndios de 2017, não foram alteradas as causas estruturais que contribuem para a extensão e gravidade dos fogos rurais".
"Persistem as políticas que levam ao abandono e à desertificação do interior do país, não são tomadas medidas de proteção e apoio ao mundo rural e à agricultura familiar, e não são tomadas medidas de ordenamento do território e da floresta. As consequências desta incúria estão mais uma vez à vista", continuou.
O candidato presidencial notou ainda que, "apesar do esforço de todos os que combatem" os incêndios, "são evidentes as falhas detetadas na orientação política e na disponibilização e coordenação dos meios de combate disponibilizados".
"A descoordenação operacional, a inoperacionalidade e subestimação da importância de meios aéreos, ou o acionamento tardio do pedido de ajuda internacional, têm sido reveladores de uma direção política do esforço nacional que se impunha no combate aos incêndios que merece um forte juízo de censura e exige um sério apuramento de responsabilidades", apontou.
António Filipe afirmou que enquanto candidato às eleições presidenciais é seu "dever" pronunciar-se "com clareza e frontalidade sobre este assunto e exigir responsabilidades a quem tem o dever de as assumir".
Em face da grave situação que o País está a viver em matéria de fogos florestais, quero em primeiro lugar lamentar a morte do nosso concidadão Carlos Dâmaso no combate a um incêndio em propriedade da sua família e endereçar sentidas condolências aos seus familiares e amigos, e…
— Antonio Filipe (@AntonioFilipe) August 16, 2025
De notar que Portugal está a ser atingido, há várias semanas, por incêndios florestais, sendo a zona Norte e Centro as mais afetadas.
Em dois dias arderam 64.160 hectares
De acordo com a informação disponibilizada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entre 1 de janeiro e 14 de agosto, tinham ardido 74.931 hectares, um número que subiu para 139.091 à data de hoje.
Estes dados revelam que apenas nos últimos dois dias, arderam 64.160 hectares, 46% do total ardido desde o início do ano.
Situação de alerta termina este domingo
De salientar que, este domingo, às 23h59, termina a situação de alerta que havia sido prolongada na quinta-feira passada pelo Governo.
Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio rural desde 2 de agosto.
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