Mobilidade e habitação unem no Porto pré-campanhas a diferentes ritmos

Propostas para a mobilidade e habitação são um ponto comum entre os 11 candidatos à Câmara do Porto, mas as pré-campanhas têm avançado a ritmos distintos, com polémicas a marcar a agenda, como acusações de agressão entre candidaturas.

Câmara Municipal do Porto

© Global Imagens

Lusa
16/08/2025 22:39 ‧ há 6 horas por Lusa

Política

Autárquicas

Em abril, quando as iniciativas se resumiam ainda à apresentação dos primeiros cabeças de lista, a mobilidade na cidade foi o primeiro tema a furar a agenda mediática pela mão de Pedro Duarte (PSD/CDS-PP/IL), que inaugurou o período de pré-campanha ao encabeçar uma petição para suspender a segunda fase do metrobus do Porto e promover uma caminhada pela Avenida da Boavista.

 

Apesar do 'tiro de partida' ter sido dado com o metrobus, pouco se tem falado dele. O debate sobre mobilidade tem estado centrado na rede de transportes públicos, e, especialmente, em soluções para a Via de Cintura Interna (VCI).

Para tentar dar resposta ao trânsito com que os portuenses se deparam todos os dias nas suas ligações a Gaia, há apenas uma proposta "fora da caixa" que pertence ao independente António Araújo, que prometeu construir um túnel subaquático ligando a Afurada ao Porto, para aliviar a Ponte da Arrábida, recuperando uma ideia antiga do ex-presidente da câmara da cidade na margem sul do Douro, Luís Filipe Menezes.

No que diz respeito ao acesso à habitação na cidade, as candidaturas estão marcadas por promessas de construção de novos fogos, convergindo na preferência entre arrendamento social ou acessível, mas há poucas propostas concretas.

E se as várias campanhas têm sido um megafone de promessas para o futuro da mobilidade, habitação e, em alguns partidos, combate a "sensações de insegurança", escassos são os temas do dia-a-dia da cidade que têm conseguido a atenção dos candidatos autárquicos.

Para já, a única "controvérsia" a entrar na agenda autárquica foi a possibilidade da construção de três torres até 25 andares nos terrenos a urbanizar junto à futura avenida Nun'Álvares.

Com um olhar também focado na região Norte têm estado as campanhas de Nuno Cardoso, que começou como independente e agora encabeça uma coligação entre o Nós, Cidadãos! e o PPM, e a do independente e atual vice-presidente Filipe Araújo, que criticou as alterações feitas pela CP à ligação Porto-Vigo e a escolha da cidade de Almada para a cerimónia de assinatura do contrato de concessão do primeiro troço da linha de alta velocidade (Porto-Oiã).

Na corrida à Câmara do Porto, só a CDU apresentou uma candidata mulher, a ex-deputada Diana Ferreira, e nem todos os atores são caras novas. O Bloco de Esquerda volta a candidatar o seu vereador Sérgio Aires e as campanhas de Manuel Pizarro (PS) - que foi o primeiro a candidatar-se - e de Pedro Duarte (PSD/CDS-P/IL) têm ido recrutar à equipa de Rui Moreira. Também Filipe Araújo segurou para a sua candidatura alguns quadros dos pelouros que tutela.

O período de pré-campanha tem sido também marcado por pontuais insólitos e polémicas.

No início do mês de junho, o advogado Aníbal Pinto (Nova Direita) usou um drone para largar um número indeterminado de notas de cinco euros durante uma ação, iniciativa que lhe valeu uma queixa no Ministério Público remetida pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e que marcou um abrandar da campanha do partido sem representatividade na Assembleia da República.

Também Pedro Duarte, cuja pré-campanha arrancou forte e que entretanto também arrefeceu, foi responsável por dois episódios. Em abril, quando era ainda ministro dos Assuntos Parlamentares, foi acusado de usar o cargo para propaganda após ter anunciado a sua candidatura no Jornal de Notícias no mesmo dia em que o anterior Governo realizou no Mercado do Bolhão um conselho de ministros.

Em junho, Pedro Duarte perdeu o seu diretor de campanha, Vasco Ribeiro, após este ter sido acusado de agressão pelo candidato independente Filipe Araújo, durante o festival Primavera Sound.

Quem tem marcado pouco a agenda mediática nesta fase de pré-campanha é o candidato do Volt, o estudante Alexandre Guilherme Jorge, e o programador cultural Hélder Sousa, candidato pelo Livre, que disse concorrer sozinho por falta de acordo com os partidos à esquerda, apesar de o BE já ter revelado que chegou estar disposto a abdicar de escolher o cabeça de lista se avançassem em coligação.

Já as campanhas do Bloco de Esquerda e da CDU têm sido feitas em moldes mais tradicionais, com encontros com a comunidade.

Concorrem à Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU -- coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Aníbal Pinto (Nova Direita), Pedro Duarte (PSD/IL/CDS-PP), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (movimento independente), António Araújo (movimento independente), Alexandre Guilherme Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre) e Miguel Corte-Real (Chega).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.

Leia Também: Autárquicas. PSD aposta em áreas metropolitanas e coligações alargadas

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