Depois de meses de suspense por parte de agora já candidatos - e de quem já se colocou de fora -, a corrida a Belém começa a estar cada vez mais presente no dia a dia com, este domingo, a ser conhecido mais um candidato à Presidência: António Filipe.
O nome de António Filipe foi escolhido "por unanimidade" pelo Comité Central do partido Comunista Português (PCP) para avançar na corrida a Belém.
O anúncio foi feito em Lisboa, pelo secretário-geral do partido, Paulo Raimundo, que disse desde logo que o comunista é "o candidato agregador de todos os que se reveem na Constituição, independentemente das suas opiniões e posições políticas e partidárias."
Agora, António Filipe junta-se aos candidatos - e, recorde-se, esta foi uma semana em que a Esquerda saiu 'reforçada'... sendo que os nomes podem não ficar por aqui.
Esquerda a caminho de Belém?
Foi esta semana que António Vitorino, um dos nomes em cima da mesa, anunciou que estava de fora da corrida a Belém, justificando que a sua eventual candidatura "não reuniu consenso para ser uma candidatura única", algo que o socialista defendeu que devia existir: "Não me apresentarei a candidato. Sempre disse - e nisso fui sempre coerente - que devia haver apenas um candidato nesta área política [centro-esquerda]."
Note-se que, no início do mês, o antigo secretário-geral do Partido Socialista (PS) António José Seguro, que era outro dos nomes do centro-esquerda em cima da mesa, confirmou que era candidato à Presidência da República. "Decidi e anuncio hoje, no dia em que começa uma nova legislatura que vai exigir muito de todos nós: sou candidato a Presidente da República", referiu, no dia 3, dando conta de que o que faltava a Portugal não era apenas estabilidade, mas também "confiança."
Já quanto à revelação de Vitorino sobre não entrar na corrida, António José Seguro fez algumas declarações no sábado, assumindo que foi "com satisfação" que recebeu a decisão.
"Recebi com satisfação a decisão do doutor António Vitorino, porque ela vem contribuir para a união do espaço da Democracia e do espaço deste projeto, que é um projeto de progresso, de humanismo e de afirmação de valores humanos", justificou.
Mas, 'voltando' uns dias, ao momento em que Vitorino anunciou que estava de fora... o também antigo comissário europeu para a Justiça e Assuntos Internos pode ter feito um prognóstico que se pode vir a confirmar daqui a poucos dias. É que, apesar de defender uma candidatura do centro-esquerda única, Vitorino disse: "O facto de eu não me apresentar não significa que vá haver só uma [candidatura]. Estamos a sete meses do ato eleitoral".
E este cenário pode vir mesmo a confirmar-se nos próximos dias, já que Augusto Santos Silva, antigo ministro e ex-presidente da Assembleia da República, revelou que será na quarta-feira, 2 de julho, que vai anunciar se é ou não candidato a Belém.
Considerando que "as três candidaturas até agora formalmente apresentadas não esgotam nem o espaço político nem as propostas e perfis que devem estar representados nas eleições presidenciais do próximo mês de janeiro" - e lamentando que Vitorino não entrasse na corrida -, Santos Silva desvendou que ia consultar pessoas cuja opinião preza "muito": "Se tudo correr normalmente, e considerando os meus próprios afazeres profissionais, tenciono comunicar publicamente a decisão que tomar na próxima quarta-feira, 2 de julho."
Com as ponderações e decisões dos socialistas, e agora o anúncio de António Filipe a caminho de Belém, a Esquerda 'sobressai' nas candidaturas, tendo em conta os candidatos que, até agora, já se apresentaram para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa no cargo.
Quem são os candidatos até agora?
Em direção ao Palácio de Belém já avançaram também outros candidatos, como Henrique Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes e Joana Amaral Dias [para além do já referido socialista António José Seguro].
Da parte da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão anunciou uma candidatura a Belém - que, posteriormente, retirou para se candidatar à liderança do partido (após a saída de Rui Rocha).
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