"Recebi com satisfação a decisão do doutor António Vitorino, porque ela vem contribuir para a união do espaço da Democracia e do espaço deste projeto, que é um projeto de progresso, de humanismo e de afirmação de valores humanos", declarou António José Seguro aos jornalistas, em Guimarães, distrito de Braga, após um encontro com dezenas de jovens num jardim da cidade.
Sem Vitorino na corrida às presidenciais e com o antigo presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva em reflexão sobre se se candidata, António José Seguro foi questionado sobre se está assim o caminho aberto para que o Partido Socialista lhe manifeste apoio publicamente.
"Esta é uma candidatura suprapartidária. E, portanto, todos os que quiserem vir e que vêm por bem, identificados com a Democracia e os valores do progresso, naturalmente que são bem-vindos. O resto são os partidos que têm de fazer as suas decisões", respondeu António José Seguro, acrescentando sentir-se bem na posição em que está.
"Eu sinto-me muito bem como estou, sinto cada vez mais as minhas ideias a terem eco, ainda agora com estes jovens aqui em Guimarães, sinto-me muito feliz, há adesão, há entusiasmo, há uma energia e, portanto, a minha responsabilidade é afirmar os valores desta candidatura, o seu propósito: construir um país justo e um país de excelência", frisou o candidato presidencial.
Questionado também sobre as declarações de Augusto Santos Silva, que considera que não reúne o consenso no seio do PS e que não preenche as condições necessárias para o cargo de Presidente da República, Seguro respondeu: "Não me diga que queria que um Presidente fosse eleito com 100% por unanimidade. Isso em Democracia não existe".
Questionado sobre se não teme que uma eventual candidatura de Augusto Santos Silva possa vir a dividir o eleitorado de centro esquerda e dessa forma colocar em causa uma eventual vitória sua, António José Seguro optou por não responder.
"Nós estivemos aqui uma hora e meia a falar do futuro de Portugal com jovens. A falarem dos seus problemas, dos seus anseios, e sobretudo, também dos seus sonhos. Foi gratificante ver isso e eu não vou destruir esta bela reunião fazendo mais nenhum comentário", disse Seguro, que também não quis comentar a dupla reflexão de Augusto Santos Silva.
Na sexta-feira, o socialista Augusto Santos Silva afirmou que a decisão de António Vitorino de não se candidatar às presidenciais faz com que tenha que fazer "uma nova reflexão" sobre a sua eventual candidatura, anunciando a sua decisão na próxima quarta-feira.
Já o antigo comissário europeu António Vitorino anunciou na quinta-feira à noite que não vai concorrer às eleições presidenciais do próximo ano, referindo que a sua candidatura "não conseguiu reunir o consenso" para poder ser única na sua área política.
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