PCP e Livre acusam Governo de "remendo" no transporte aéreo de emergência

O PCP e o Livre acusaram hoje o Governo de encontrar "remendos" para o transporte aéreo de emergência médica no verão, questionando porque não são disponibilizados meios para o socorro.

secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo,

© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Lusa
27/06/2025 13:46 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Governo

Em declarações aos jornalistas durante um protesto nacional dos trabalhadores da administração local e setor empresarial, em Lisboa, Paulo Raimundo reagiu ao facto de o Governo ter anunciado na quinta-feira que o transporte de emergência médica vai ser assegurado, a partir da próxima terça-feira, por aeronaves e equipas da Força Aérea.

 

"A questão é porque é que os helicópteros ainda não estão em operação? Essa é que é a pergunta que deve ser feita, e não agora quem vai substituir. O que é levou a essa situação?", perguntou Paulo Raimundo.

O secretário-geral do PCP disse que isso é que tem de ser respondido e "não é agora encontrar meias soluções, meios termos, meias conversas e a vida das pessoas [continuar] a passar completamente ao lado da realidade".

"Porque é que não há meios para o socorro? Porque é que não há condições de trabalho para profissionais de socorro? (...) Essa é que é a pergunta. Não é a agora empurrar para a Força Aérea, a Força Aérea vai dizer que não tem meios, e empurra outra vez para o Ministério. Andamos nisto", criticou.

Paulo Raimundo acusou o Governo de "falar de uma realidade de um país que não existe", salientando que as pessoas vivem "num aperto" e "precisam e têm direito a melhores salários, a melhores carreiras" e a "avaliação das profissões".

"Isto é que é necessário responder, não é andarmos num pingue-pongue de responsabilidades que vai alegrando muito os comentários, os comentadores, as aberturas de telejornal, mas não resolve nenhum problema na vida das pessoas", disse.

Sobre o facto de a ministra da Saúde recusar demitir-se, apesar de a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) ter concluído que uma morte durante a greve do INEM, em novembro de 2024, poderia ter sido evitada, Paulo Raimundo disse que essa postura de Ana Paula Martins não é inédita.

No entanto, Paulo Raimundo disse que se pode pedir a demissão da ministra, mas depois a política ficar igual, ou pedir-se uma mudança na política.

"Das duas, três, a demissão da ministra, por si só, resolve algum problema do SNS? Resolve este processo que está em curso, de desmantelamento do SNS? Não resolve", disse.

O secretário-geral do PCP defendeu assim que a solução não é "demitir ministros".

"Nós precisamos é de demitir a política que está em curso e abrir um outro caminho que resolva a vida das pessoas. Essa é que é a questão", defendeu.

Por sua vez, a deputada do Livre Filipa Pinto também marcou presença neste protesto, tendo igualmente comentado o recurso à Força Aérea para assegurar o transporte de emergência médica no verão.

Para a deputada, o que era necessário era haver uma "política de base, uma estrutura de apoio bem robusta" e não recorrer-se a "pequenos remendos para solucionar problemas que são graves na assistência que se dá às populações".

Esta quinta-feira, os ministérios da Saúde e da Defesa Nacional anunciaram que o transporte aéreo de emergência médico vai ser assegurado, a partir da próxima terça-feira, por aeronaves e equipas da Força Aérea, até que o concurso público lançado pelo INEM obtenha o visto do Tribunal de Contas.

Na quarta-feira, a ministra da Saúde admitiu que existiam constrangimentos para conseguir ter os helicópteros de emergência médica a partir de 01 de julho em Portugal, mas perspetivava que essas dificuldades seriam ultrapassados até hoje.

Leia Também: CIM do Alto Minho preocupada com retirada de 'heli' de combate a fogos

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