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"Quem quer corromper outro nunca utiliza a via da prenda natalícia"

O antigo ministro das Finanças Eduardo Catroga desdramatizou, esta quarta-feira, o recebimento de prendas natalícias, uma das questões de que é acusado José Penedos, arguido no processo Face Oculta, sustentando que há outras vias "mais sofisticadas" para corromper as pessoas.

"Quem quer corromper outro nunca utiliza a via da prenda natalícia"
Notícias ao Minuto

14:03 - 12/12/12 por Lusa

Política Catroga

"Quem quer corromper outro nunca utiliza a via da prenda natalícia e, portanto, esse tipo de acusação não tem base nenhuma", disse aos jornalistas Eduardo Catroga, que foi ouvido no tribunal de Aveiro enquanto testemunha abonatória de José Penedos, ex-presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais).

O ex-ministro, que caracterizou José Penedos como uma pessoa "integra, séria e honesta", estranhou que a partir deste facto, de receber prendas natalícias, "se crie um caso e se ponha em causa uma pessoa à prova de bala, como o ex-presidente da República Jorge Sampaio", referiu.

No seu depoimento ao tribunal, Eduardo Catroga afirmou que ao longo dos 40 anos em que exerceu funções de responsabilidade na área de gestão empresarial sempre recebeu prendas.

"Era uma prática usual sobretudo no Natal, e de vez em quando na Páscoa, oferecer e receber algumas prendas de fornecedores, clientes e bancos", referiu, acrescentando que, "malcriadamente", nunca agradeceu uma prenda, porque considerava isso um ato normal.

Questionado pelo advogado de José Penedos sobre o tipo de prendas que recebia, Catroga disse que se tratavam de artigos de consumo e decorativos, desde livros, caixas de vinhos, peças de prata e de cerâmica, cabazes de Natal e às vezes produtos das próprias empresas.

Apesar de admitir que quando era ministro das Finanças, a sala da sua residência ficava cheia de "montinhos de prendas", e após ter saído do Governo, "as prendas já cabiam debaixo da árvore de Natal", Catroga disse que nunca interpretou isso como uma tentativa de condicionamento.

"Duvido que alguém se deixasse influenciar na autonomia das suas decisões por uma salva de prata", afirmou o ex-ministro, adiantando que, nos últimos anos, devido à expressão mediática de muitos casos, "as grandes organizações começaram a regulamentar o valor das prendas que as pessoas podem receber para evitar interpretações abusivas".

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