Sousa Pinto diz que Defesa pode compensar totalmente retração no comércio

O deputado do PS Sérgio Sousa Pinto afirmou esta quarta-feira numa cimeira em Matosinhos que a "retração do comércio internacional poderá ser totalmente compensada pelos contratos públicos na área da Defesa" e pela expansão da base industrial.

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Lusa
28/05/2025 17:14 ‧ ontem por Lusa

Política

PS

"A retração do comércio internacional poderá ser totalmente compensada pelos contratos públicos na área da Defesa, e pela expansão da respetiva base industrial", considerou o ainda deputado do PS e Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.

 

Sérgio Sousa Pinto foi o orador principal da Future Summit (Cimeira do Futuro) - Indústria de Defesa, que decorreu hoje na Exponor, em Matosinhos (distrito do Porto), no âmbito da EMAF - Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria.

O parlamentar considerou que "os países com tradição na indústria automóvel vão, muito provavelmente, transferir para a produção militar a sua capacidade excedentária".

"A intervenção direta do Estado deve ser reduzida ao mínimo indispensável. Serão as empresas que construirão as competências e capacidades, com rapidez e eficiência, para suprir as necessidades definidas por agências comuns constituídas, forçosamente, a um nível supranacional, a quem competirá estabelecer um 'standard' europeu", anteviu o orador.

O deputado, que não fará parte da próxima composição do parlamento por ter escolhido ficar de fora das listas do PS, fez a sua intervenção estimando que "a Rússia possa desencadear uma guerra de agressão contra um vizinho Estado-membro da União Europeia a partir de 2028, talvez antes".

"Não existe, portanto, tempo a perder. Os investimentos europeus na indústria de defesa representam, pela sua escala, um verdadeiro plano de reindustrialização do continente", vincou, tendo falado antes num "verdadeiro Plano Marshall militar", em face de despesas como 5% do Produto Interno Bruto alemão, acima de 200 mil milhões de euros.

Segundo Sérgio Sousa Pinto, "a Europa não precisa apenas de armas, munições e efetivos", mas também "de ser ela a produzir, com total autonomia, os meios de que carece".

"A indústria de Defesa conhecerá um crescimento que não será aritmético, será geométrico. A Europa dispõe de capacidade económica para sustentar o esforço de guerra ucraniano continuadamente, suprindo a atual contribuição dos Estados Unidos, mas não dispõe de base industrial que possa suprir a capacidade industrial militar americana", alertou.

Assim, considerou que "terá de ser celebrado um tratado intergovernamental que crie um mecanismo europeu de Defesa que enfrente os problemas novos com que estamos confrontados decorrentes das ameaças à nossa segurança, e que centralize, planeie, financie e eventualmente fique na titularidade dos meios necessários".

"Com a sua vasta e sofisticada capacidade industrial de Defesa, a Ucrânia deverá integrar este mecanismo. Não apenas a Ucrânia, mas também o Reino Unido, a Noruega e o Canadá", que não fazem parte da União Europeia, defendeu.

Após a sua intervenção, já respondendo a perguntas, Sérgio Sousa Pinto vincou que "a Europa não voltará a confiar nos Estados Unidos como confiou até aqui".

"A Europa neste momento vai reivindicar para si própria as condições da sua autodeterminação e soberania, e isso faz-se com 'hard power', à antiga moda da História", através de "armas, munições, armamento, capacidade militar".

O deputado rejeitou ainda qualquer belicismo na sua posição.

"Nós defendemos o armamento europeu, a capacidade militar europeia, uma Europa que seja uma força militar respeitada no mundo não porque sejamos belicistas, não porque queiramos atacar ninguém, não porque queiramos impor as nossas condições desiguais e vantajosas em tratados injustos a ninguém, mas porque precisamos dela para garantirmos a nossa segurança", sustentou.

Leia Também: José Luís Carneiro "reúne todas as condições" para liderar PS

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