Eleições? Politólogos não preveem "grande instabilidade a curto prazo"

Politólogos ouvidos pela Lusa não anteveem "grande instabilidade a curto prazo", após a AD ter visto reforçada a sua maioria relativa, mas admitem, embora "mais durável", a atual legislatura pode não ser cumprida até ao fim.

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Lusa
19/05/2025 17:19 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Legislativas

Em declarações à agência Lusa, António Costa Pinto afirma que Luís Montenegro foi vencedor da noite de domingo, após a AD ter visto aumentar o seu grupo parlamentar para 89 deputados, dando um novo fôlego à sua "sobrevivência política, que estava ameaçada" e reforçando a estabilidade governativa.

 

Os resultados das eleições legislativas de domingo, que não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, colocaram PS e Chega taco a taco, com 58 deputados cada.

"A curto prazo não é de prever grande instabilidade", refere o politólogo, sublinhando, no entanto, que há ainda "vários pontos de interrogação" nomeadamente no que concerne ao "papel do Presidente da República", que, à semelhança do que fez Cavaco Silva em 2015 com António Costa, pode exigir acordos para viabilizar um futuro Governo.

Também Paula Espírito Santo considera, que, apesar de não existir a "estabilidade esperada", "há uma estabilidade do ponto de vista político e eleitoral", dado que AD e IL têm agora, juntos, 98 mandatos.

Além de acreditar que, à exceção do Chega, "nenhum partido" deseja novas eleições, a professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa lembra que a Constituição determina que a Assembleia da República não pode ser dissolvida nos seis meses posteriores à sua eleição nem no último semestre do mandato do Presidente da República.

Por isso, "provavelmente esta é uma legislatura com mais condições para ser mais durável" do que a agora cessa, adianta Paula Espírito Santo, defendendo ainda que se os partidos fizerem uma "interpretação" dos resultados eleitorais vão verificar que há "uma evidente fadiga eleitoral" que "não vai beneficiar os partidos do sistema e que vai acabar por acentuar ainda mais este fosso entre os partidos do sistema e os partidos de direita radical".

Também Susana Salgado, especialista em Comunicação Política e investigadora no Instituto de Ciências Sociais (ICDS) da Universidade de Lisboa, aponta que os resultados revelam que os portugueses "não tinham grande interesse em eleições nesta altura", dado que "votaram para manter o Governo que lá estava".

"Parece haver uma discrepância entre o que são as preocupações das pessoas (...) e o que os políticos depois apresentam", sublinha, referindo que "as campanhas não são propriamente esclarecedoras" quanto a temas como a saúde, habitação ou emigração.

Por isso, e apesar de referir que tudo dependerá do novo secretário-geral do PS, Paula Espírito Santo também acredita que a curto prazo "não há alternativa, ou seja, os partidos vão ter que se entender. Vai ter que haver algum tipo de acordo", afirma.

Em declarações à Lusa, tanto Susana Salgado como Paula Espírito Santo admitem, contudo, que a legislatura pode não durar até ao fim, isto é, os quatro anos.

"Esta fragmentação acaba por tornar muito difícil uma governação estável durante aquilo que deve ser um ciclo político", assume a investigadora. "(...) Não sabemos se será cumprida até ao final", corrobora Paula Espírito Santo.

Leia Também: AD? Maior percentagem de votos foi em Boticas e menor em Aljustrel

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