AD com "maioria maior" em noite de festa para o Chega e de demissão do líder do PS

A AD venceu as legislativas de domingo com uma "maioria maior" do que a alcançada em 2024 numa noite eleitoral marcada pela estrondosa derrota do PS, que provocou a demissão do seu secretário-geral, Pedro Nuno Santos.

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Lusa
19/05/2025 01:14 ‧ há 2 horas por Lusa

Política

Legislativas

O líder socialista anunciou a convocação de eleições internas, nas quais não será candidato, numa altura em que o PS corre o risco de perder para o Chega o estatuto de maior partido da oposição.

 

Com os quatro mandatos dos círculos da emigração ainda por atribuir, o PS fechou a noite eleitoral com um maior número de votos do que o Chega, mas ambos com 58 deputados eleitos. Se os resultados de 2024 dos círculos da Europa e Fora da Europa se repetirem, o Chega ultrapassará o PS como segundo maior grupo parlamentar da Assembleia da República, a seguir ao do PSD. Em 2024, dos quatro mandatos em disputa, dois foram para o Chega, um para a AD e outro para o PS,

A AD (coligação do PSD com o CDS) alcançou pelo menos 89 mandatos, os quais somados aos 58 do Chega e aos nove da Iniciativa Liberal perfazem dois terços dos deputados à Assembleia da República que permitem aprovar leis de valor acrescentados, como por exemplo uma revisão da Constituição sem necessitar de acordos com a esquerda parlamentar.

Com 23,4% dos votos e 58 deputados, o PS de Pedro Nuno Santos registou o seu terceiro pior resultado de sempre, a seguir aos 20,8% e 57 deputados em 1985 e aos 22,2% e 60 deputados de 1987, numa altura em que o parlamento contava com 250 mandatos.

Pedro Nuno Santos assumiu as responsabilidades e disse que deixará de ser secretário-geral "no momento em que puder", afirmando não querer ser "um estorvo ao partido nas decisões que pretender tomar".

Os grandes vencedores da noite foram a AD de Luís Montenegro, que alcançou 32,7 por cento e 89 deputados, reforçando em quase cinco pontos percentuais o resultado alcançado em 2024 (28,8 e 80 deputados) e o Chega de André Ventura.

Luís Montenegro viu assim confirmada nas urnas a sua legitimidade como primeiro-ministro, sobretudo após o caso da sua empresa familiar, a Spinumviva, que motivou a queda do Governo e a convocação e a antecipação das legislativas.

Ao dirigir-se ao país, no fim da noite eleitoral, Montenegro assinalou a "confiança reforçada" que recebeu dos portugueses e pediu "sentido de Estado e de responsabilidade" às oposições, alegando que os portugueses "querem uma legislatura de quatro anos".

"Nós vamos ser o Governo para todos, todos, todos", prometeu Montenegro, depois de sublinhar: "O povo quer este Governo e não outro. O povo quer este primeiro-ministro e não outro".

Com 22,56% e pelo menos 58 deputados, o Chega conseguiu o melhor resultado de sempre e, se voltar a vencer nos círculos da emigração, passará a ser o maior partido da oposição. Apesar de ter traçado como objetivo vencer as eleições, André Ventura tem conseguido pôr o partido sempre a crescer desde 2019, quando conseguiu eleger um deputado à Assembleia da República.

Ventura reclamou, por isso, que "acabou oficialmente o bipartidarismo em Portugal", omitiu o objetivo eleitoral por si traçado ao longo da campanha e anteviu que "nada ficará como dantes" na política em Portugal.

À esquerda, o Livre foi o único partido a poder cantar vitória, ao alcançar 4,2% e passar de quatro para seis deputados.

O BE registou uma grande derrota, perdendo o seu grupo parlamentar, que chegou a ter 19 representantes em 2015 e 2019, passando a partido de deputada única, a sua coordenadora, Mariana Mortágua, que ainda assim confirmou a sua recandidatura à liderança na convenção marcada para novembro.

A CDU, com 3,0%, passou de quatro para três deputados. A IL ganhou um deputado relativamente a 2024, passando a contar com nove deputados. O PAN falhou o objetivo de voltar a ter um grupo parlamentar mas confirmou a eleição da sua porta-voz, Inês Sousa Real.

A Assembleia da República vai ainda contar com um partido estreante, o Juntos Pelo Povo, partido com sede na Madeira que conseguiu eleger Filipe Sousa. Com a entrada do JPP e a manutenção de todos os outros, o parlamento voltará a ter dez partidos, como em 2019, número recorde.

A abstenção continuou a recuar, registando 35,6%, o valor mais baixo desde 1995, quando se situou nos 33,7%.

Leia Também: AO MINUTO: AD vence. PS e Chega empatam; Pedro Nuno sai e não é candidato

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