"As projeções apontam para uma alteração de sentido negativo na composição da Assembleia da República face à composição anterior e muito distante daquilo que seria necessário para que a Assembleia da República pudesse ser um órgão do qual pudesse sair algum impulso do ponto de vista da política alternativa que o povo necessita", disse o eurodeputado e antigo líder do grupo parlamentar do PCP.
João Oliveira falava num hotel à frente da sede do partido, em Lisboa, reagindo às projeções dos resultados eleitorais divulgadas pelas televisões, que dão vitória à AD nas legislativas, entre 29% e 36,9%, seguindo-se o PS (19,4% e 26%) e o Chega (19,5 % e 26,6%) muito próximos.
As projeções apontam para um resultado da CDU entre 1,3% e 4,3%, com o eurodeputado a dizer que essas perspetivas apontam "para um resultado de resistência" da coligação que junta PCP e "Os Verdes".
A CDU "resiste apesar de toda essa enxurrada de maus prenúncios e de maus agoiros que foram lançados", disse, admitindo que "ainda há muita coisa em aberto", nomeadamente o número de deputados que poderão vir a ser eleitos.
"Se alguém pensar que a partir desta composição da Assembleia da República está aberto um caminho para que se agrave a exploração de quem trabalha, para que se degrade as condições de vida do nosso povo, para que se desmantele e privatize o Serviço Nacional de Saúde ou a escola pública, para que se deixe de fazer o investimento na habitação que é necessário, saibam que contarão com os deputados do PCP e da CDU, com a força que os portugueses hoje nos dão para nos opormos a esse caminho", salientou.
A intervenção inicial, seguida de perguntas de jornalistas, foi aplaudida pelos militantes que se encontravam na sala, que gritaram "CDU", quando instantes antes assistiam, em silêncio, às projeções que eram divulgadas pelas televisões.
João Oliveira reiterou que os portugueses estão cansados de "uma política que não responde" aos seus problemas, apontando para o cansaço como razão para um possível aumento da abstenção.
O eurodeputado disse ainda que a CDU continuará a fazer o seu trabalho "para que, do ponto de vista social, se consigam juntar as forças necessárias para verdadeiramente apontar uma perspetiva alternativa".
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