Em declarações aos jornalistas após ter dado uma palestra a alunos do secundário do externato de Vila Meã, no concelho de Amarante, distrito do Porto, Rui Rocha criticou o ministro da Educação, Fernando Alexandre, por assumir que "não sabe quantos professores faltam no sistema e não sabe quando vai saber".
"Eu pergunto: como é que é possível estar a falar de outras coisas e não estar a falar da educação dos portugueses, como podemos resolver a falta de professores?", perguntando, defendendo que o país "tem de melhorar".
"Não pode ter estas falhas na educação, com um ministro a assumir que não sabe quando é que vai saber se vai haver professores ou não", disse.
Questionado sobre como é que a IL tenciona que o Ministério da Educação passe a ter números fiáveis sobre esta questão, Rui Rocha respondeu: "Parece-me evidente que um Ministério da Educação absolutamente centralizado, que faz colocação de professores através de plataformas informáticas tem de ter condições para saber quantos professores faltam".
"Se não sabe, então temos de mudar o Ministério, temos de mudar os sistemas, temos de mudar tudo e temos de criar uma plataforma que permita, pelo menos, ter dados de gestão. É esse o propósito da IL", afirmou.
Interrogado se, caso integre um Governo, considera que o ministro da Educação, Fernando Alexandre, deve sair, Rui Rocha disse: "Não, é como em tudo, é um país que tem de melhorar".
"Não pode ter estas falhas na educação, com um ministro a assumir que não sabe quando é que vai saber se vai haver professores ou não, a mesma coisa na saúde, nas políticas de habitação. Nós temos mesmo de mudar. Já percebemos que mais do mesmo não funciona e, portanto, eu peço aos portugueses: se não querem o mesmo, não votem igual. Votem na IL", disse.
Sobre a visão da IL para a educação, Rui Rocha disse que o externato de Vila Meã é uma das poucas escolas que restam com contratos de associação e é importante porque faz "serviço público" na vila, uma vez que "não há escola pública para estes níveis de ensino nas proximidades".
"Faz serviço público e traz vantagem ao Estado e aos alunos e às famílias, porque tem um bom sistema de educação e, por outro lado, fica mais barato do que aquilo que custa um aluno na escola pública", disse.
Rui Rocha perguntou "porque é que não se pode aproveitar estas potencialidades, juntar todos -- unir privados, setor social e público -- para ter uma escola de qualidade".
"Porque é que, desde a desgovernação do PS, houve um enviesamento ideológico que aniquilou boa parte dos contratos de associação, que traziam ensino de qualidade, oportunidades, sobretudo aos mais desfavorecidos?", perguntou.
Interrogado sobre que tipo de escola é que defende, Rui Rocha disse defender um "sistema em que as escolas públicas têm um papel determinante, mas os privados e o setor social contribuem" em áreas como a de Vila Meã, "onde a oferta não é de qualidade".
Questionado se lhe parece que a escola pública não é de qualidade, Rui Rocha respondeu: "Se nós temos um ministro que diz que não sabe quantas pessoas faltam, o que é que posso concluir sobre a oferta pública?".
"Ninguém quer que deixe de haver escola pública. Nós queremos uma escola pública forte, que dê soluções aos alunos, mas, ao mesmo tempo, onde não há escola pública, onde a escola pública não está a responder, onde pode haver escola privada ou do setor social, qual é o problema?", questionou.
[Notícia atualizada às 13h19]
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