"Espero amanhã [quinta-feira] poder anunciar ao país que, em matéria de descida de impostos e em matéria de imigração, chegámos ao mínimo consenso possível para aprovar já na sexta-feira medidas que entrem em vigor rapidamente no país", disse, indicando que espera poder fazer esse anúncio com o primeiro-ministro, Luís Montenegro.
André Ventura falava aos jornalistas no Cacém, concelho de Sintra e distrito de Lisboa, onde acompanhou a candidata do partido à Câmara Municipal de Sintra numa arruada.
O líder do Chega indicou que não esteve presente na reunião de hoje com os ministros da Presidência, António Leitão Amaro, e dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, porque estará na quinta-feira com o primeiro-ministro.
"Estarei amanhã com o primeiro-ministro, que acho que é o que um líder de um partido deve fazer. A reunião agora está a acontecer a nível da bancada parlamentar com o Governo, e amanhã penso que terei a oportunidade de, se isso acontecer, podermos anunciar que se chegou a esse entendimento, com o primeiro-ministro", afirmou.
Questionado a que horas e onde decorrerá essa reunião, André Ventura disse não ter "muitos dados sobre isso".
O líder do Chega indicou que ainda "há negociações a decorrer" e apelou ao Governo que "tenha a boa vontade para chegar a um entendimento ainda esta noite ou durante o dia de amanhã".
Ventura disse que a reunião de hoje com os ministros "visa articular e preparar e chegar a consensos nas matérias de imigração e nas matérias de fiscalidade" e indicou que estiveram presentes, pelo Chega, o líder parlamentar, Pedro Pinto, e o presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, o deputado Rui Afonso.
Questionado qual o sentido de voto do Chega quanto aos diplomas que o Governo levou ao parlamento matéria de descida do IRS, e de alterações à legislação da nacionalidade e imigração, que serão discutidos e votados na sexta-feira, André Ventura não adiantou.
"Estamos neste momento a negociar com o Governos", disse, indicando as diferenças entre as propostas do Chega e as do Governo.
"Vamos esperar que a reunião decorra com o Governo para ver também qual é a abertura que o Governo tem para este caminho que está a ser feito. Agora, é importante também que o Governo decida que caminho quer fazer nesta legislatura" e se mostra "boa vontade" para negociar com a oposição, afirmou.
Ainda assim, admitiu que os diplomas possam descer à especialidade, mas alertou que "o processo será mais longo, demorará mais".
"Acho que se houver boa vontade, se houver líderes com boa vontade e partidos com boa vontade, nestas matérias sensíveis conseguiremos, pelo menos, chegar a um entendimento comum e garantir que as leis entram em vigor rapidamente e não vamos andar agora meses e meses e meses numa discussão que as pessoas depois deixam de acompanhar para não entrar em vigor em nada", defendeu.
Questionado sobre a intenção manifestada pelo primeiro-ministro de rever a lei da greve, André Ventura afirmou que se podem "revisitar alguns diplomas que não ponham em causa direitos fundamentais, mas que ao mesmo tempo garantam que as pessoas não podem prejudicar a vida dos outros só porque sim".
"O Chega está aberto a revisitar direitos, mas com isto sempre no foco. O foco não pode ser nem limitar o direito à greve, nem pôr em causa o direito à greve, o foco tem que ser garantir que a população que pagou os serviços, ou com os seus impostos, ou com passes, ou com outros instrumentos, continue a ter os instrumentos que precisa para ir trabalhar, como transportes, ou saúde, ou outros, e quando não os tem é recompensada por isso", defendeu.
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