Este anúncio foi feito pelo deputado Jorge Pinto, no período de declarações políticas na Assembleia da República, depois de ter alertado que esta vaga de calor "não é normal".
"Numa altura em que se fala tanto de perceções sobre segurança, importa recentrar o debate e falarmos sobre o que realmente ameaça a segurança de todas as pessoas", argumentou o parlamentar, alertando que fenómenos como este "serão cada vez mais e mais drásticos".
Lamentando que os deputados tenham rejeitado, na semana passada, a proposta do Livre para constituir uma comissão parlamentar de inquérito sobre a preparação, prontidão e planeamento de crises e emergências de larga escala na sequência do apagão energético de 28 de abril, Jorge Pinto alertou para as consequências da "falta de uma cultura de preparação".
O deputado questionou se infraestruturas do país, como escolas, hospitais ou tribunais, estão preparadas para enfrentar fenómenos climáticos extremos, como vagas de calor e, no que toca ao papel do Estado, salientou que "não é preciso reinventar a roda" e que "coisas tão simples como um SMS da Proteção Civil" ou uma partilha nas redes sociais pelo Ministério da Saúde teriam sido úteis.
Jorge Pinto criticou ainda o Governo PSD/CDS-PP por ter "descontinuado" o programa de combate à pobreza energética "3 C -- Casa, Conforto e Clima" e salientou que já deu entrada de um projeto de lei para que equipamentos energéticos tenham IVA de 6% e não de 23%.
Da bancada do PCP, o deputado Alfredo Maia pediu investimento público em áreas transversais como o ordenamento do território, acesso a "habitação digna" ou no Serviço Nacional de Saúde (SNS), para responder às consequências deste tipo de fenómenos.
O comunista salientou ainda a importância de ter controlo público "de um conjunto de infraestruturas vitais, desde a captação e distribuição de água aos serviços elétricos e aos serviços de comunicações".
Pelo BE, a coordenadora e deputada única, Mariana Mortágua, alertou que "quando se negam as alterações climáticas, desprotegem-se as pessoas".
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, defendeu que, "à semelhança do que acontece na Alemanha, cada investimento, cada cêntimo investido em Defesa também seja investido na adaptação das infraestruturas absolutamente essenciais para a adaptação às alterações climáticas".
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