IL abriu a porta a acordo com AD a e esboçou caderno de encargos

A IL admitiu um acordo de governação com a AD durante a campanha para as legislativas, se for para "mudar o país", e esboçou um caderno de encargos com esse fim, de privatizações a redução de impostos.

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© Amin Chaar / Global Imagens

Lusa
15/05/2025 10:51 ‧ há 5 horas por Lusa

Política

Legislativas

Sob o lema 'Acelerar Portugal', Rui Rocha fez uma campanha eleitoral focada em 10 dos 18 distritos de Portugal continental, na qual procurou sistematicamente demarcar-se de todas as restantes forças políticas ao assumir-se como um "partido responsável" e sensível aos problemas dos portugueses.

 

Acusando os restantes partidos de terem precipitado o país para eleições, Rui Rocha foi reiterando que só a IL se opôs à ida às urnas -- ao votar a favor da moção de confiança do Governo e contra duas moções de censura -- e garantiu que saberá estar à "altura das circunstâncias" após as legislativas, um eufemismo que foi utilizando na primeira semana de campanha para aludir a um eventual acordo pós-eleitoral com a AD.

Perante sucessivas perguntas de jornalistas se está disponível para uma coligação com a AD, Rui Rocha foi repetindo que a sua coligação é "com os portugueses", mas admitiu estar disponível para uma "solução de centro-direita, reformista e estável".

Num comício em Lisboa no início da segunda semana de campanha -- no qual foi atingido com pó verde por ativistas climáticos --, deu o passo seguinte: assumiu abertamente que a IL está disponível para entrar num Governo, "se for para mudar Portugal".

Sem querer estabelecer qualquer linha vermelha para esse eventual acordo, por querer ser "positivo", Rui Rocha foi, ainda assim, esboçando um caderno de encargos, ainda que mais vago do que nas últimas legislativas, em que tinha entregado a Luís Montenegro, num debate televisivo, um plano com 10 exigências para integrar um Governo.

Desta vez, o líder da IL assumiu como prioridades algumas das medidas que já constam no programa eleitoral da AD, como a privatização da TAP, retomar os contratos de associação na educação ou avançar com parcerias público-privadas na saúde.

Apesar destes pontos de aparente aproximação, a IL insistiu também noutras bandeiras que poderão ser menos consensuais com a AD: assumiu como "prioridade total" a liberalização do mercado ferroviário, medidas para aumentar a oferta na habitação -- como reduzir o IVA da construção para 6% --, mudar o sistema eleitoral ou concretizar uma redução mais acentuada e transversal de impostos.

Tendo em mente possíveis dificuldades em chegar a consenso sobre algumas destas matérias com a AD, Rui Rocha pediu aos portugueses um reforço do voto na IL para que possa ser "muito exigente" após as eleições.

Sem querer estabelecer qualquer objetivo eleitoral fixo, a não ser o de "crescer" em relação às últimas legislativas, o líder da IL foi também deixando apelos a que os "portugueses zangados" votem no seu partido e não em quem "não apresenta soluções" -- a primeira vez que o líder da IL se dirigiu, pelo menos implicitamente, a eleitores do Chega.

Numa campanha que disse ser pela positiva, focada em propostas e não em casos, Rui Rocha nunca quis abordar o caso da Spinumviva, mas prometeu "recuperar a dignidade das instituições" e pedir a Luís Montenegro as explicações que considerar adequadas.

Em visitas a empresas e fábricas, jantares comícios, algumas ações de rua ou passeios de barco que não passaram da barra, Rui Rocha foi-se queixando de ser "o alvo preferencial" da esquerda nesta campanha, o que, considerou, se deve ao facto de a IL representar a "verdadeira mudança".

Entre essas mudanças, o líder da IL prometeu que irá tentar rever a Constituição da República, para retirar do preâmbulo a menção "caminho para uma sociedade socialista" e "reforçar as garantias" da propriedade privada.

Leia Também: BE arriscou numa campanha diferente para captar voto dos "invisíveis"

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