A socialista Isabel Moreira denunciou, esta quinta-feira, as declarações proferidas pelo presidente do grupo parlamentar do Chega, Pedro Pinto, que considerou que André Ventura não poderia ter recebido tratamento "onde ao lado esteja, por exemplo, alguém de etnia cigana".
"Não podemos aceitar termos chegado ao ponto zero civilizacional em que isto passa. Não pode passar. Não pode. Portugal é uma República fundada na dignidade da pessoa humana", escreveu a deputada, na rede social X (Twitter).
Isabel Moreira referia-se às afirmações de Pedro Pinto, que indicou que André Ventura “é um líder político especial”, já que é “ameaçado e atacado nas ruas”.
“Não podem querer que André Ventura vá para uma cama onde ao lado esteja alguém de etnia cigana”, atirou, depois de o presidente do Chega ter recebido tratamento a um episódio de refluxo esofágico, no Hospital de Faro, onde ocupou um quarto da Unidade de Cuidados Intensivos.
Não podemos aceitar termos chegado ao ponto zero civilizacional em que isto passa . Não pode passar. Não pode. Portugal é uma República fundada na dignidade da pessoa humana . https://t.co/OGO0ILdhRv
— Isabel Moreira (@IsabelLMMoreira) May 15, 2025
Depois de, na manhã de quarta-feira, se ter mostrado de repouso, André Ventura publicou um novo vídeo, ao final do dia, no qual deu conta de que ainda não está "a 100%", mas que tem "muita vontade de voltar à campanha eleitoral".
"Ainda não estou a 100% mas estou com muita vontade de voltar à campanha eleitoral. Obrigado a todos pelo apoio incrível que tenho sentido nas últimas horas! Tenho rezado muito também", escreveu, na rede social X (Twitter).
No vídeo, Ventura lamentou ainda "muito o que aconteceu ontem, de ter visto pessoas de etnia cigana à porta do hospital celebrar e criticar aquilo que é um problema de saúde".
"É triste vivermos num país e democracia assim", disse.
O responsável deverá regressar esta quinta-feira às arruadas em Odemira e Pegões, Setúbal, o tipo de iniciativa que o partido tem privilegiado nesta campanha eleitoral.
Recorde-se que o presidente do Chega sentiu-me mal enquanto discursava num jantar-comício em Tavira, no distrito de Faro, tendo sido retirado do palco e assistido no local. Depois, foi transportado para o Hospital de Faro, onde passou a noite em observação.
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