Luís Montenegro falava aos jornalistas a meio de uma ação de rua em Porto de Mós, no distrito de Leiria, em que teve uma preocupação central de mensagem - e de imagem -- com os cidadãos idosos.
Interrogado sobre a possibilidade de a AD -- coligação PSD/CDS sair das eleições com uma maioria reduzida sem garantias de condições de governabilidade e, também, sobre a eventualidade de ter de decidir se viabiliza ou não um eventual Governo socialista, Luís Montenegro recusou-se a responder.
Colocou antes a questão da escolha do primeiro-ministro nas eleições do próximo dia 18 e atacou Pedro Nuno Santos, designadamente em relação às posições do socialista sobre a lei da greve ao longo dos anos.
"Logo quando há a mínima confrontação democrática, política, há uns que apresentam a sua visão, a sua opinião, a sua convicção, mas há outros que optam pelo insulto fácil e gratuito. Os portugueses também têm a fazer uma opção entre quem está mais habilitado para ser primeiro-ministro, liderar um Governo num tempo que é desafiante dos pontos de vista interno e externo", afirmou.
Ainda de acordo com o presidente do PSD, os portugueses devem olhar para uma liderança do governo e escolher alguém que esteja à altura de poder representar Portugal na Europa e que possa ser uma imagem de estabilidade, de confiança, de fiabilidade".
"Quem muda de opinião muitas vezes, quem ao mínimo contacto com a discussão pública e política resvala para o insulto, é porque não tem capacidade de liderança, não tem capacidade para poder representar Portugal ao mais alto nível", acentuou, tendo ao seu lado a cabeça de lista da AD pelo círculo de Leiria, a ministra Margarida Balseiro Lopes.
Neste ponto, ainda visando de forma indireta o secretário-geral do PS, o presidente do PSD considerou que a estabilidade de um Governo "também depende da estabilidade do seu líder".
"Um líder partidário que muda de opinião muitas vezes, que não tem convicções profundas e que está sempre ao sabor do vento nunca poderá ser um primeiro-ministro forte. E eu vejo isso do lado da oposição", disse.
Questionado se os portugueses merecem ou não saber o que lhes vai acontecer no dia seguinte às eleições legislativas perante a ausência de uma maioria clara à direita ou à esquerda no parlamento, o presidente do PSD respondeu: "Merecem saber - e da minha parte já sabem todo o comportamento que sou capaz de ter mesmo em circunstâncias de uma vitória pouco expressiva, como aconteceu há um ano".
"As pessoas têm de optar e, dentro dessa opção, garantir a estabilidade. Está nas mãos delas", avisou, mas sempre sem esclarecer se aceita o princípio da reciprocidade com o PS, ou seja, se admite viabilizar um executivo minoritário socialista.
"Não vou desviar-me, fazer futurologia e fazer cenários, porque as pessoas não vão votar em cenários. Vão votar em quem acreditam que leva o país para a frente", argumentou.
Luís Montenegro recusou-se também a comentar sondagens que indicam que a AD não descola em termos de vantagens face ao PS, ponto em que contrapôs a sua experiência pessoal em matéria de estudos de opinião.
"Ando a vida inteira a ouvir isso, se fosse por esse raciocínio nunca teria sido primeiro-ministro. A rua, nesta campanha, diz-nos que os portugueses confiam em nós", reagiu.
Logo que chegou a Porto de Mós, Luís Montenegro subiu ao primeiro andar de uma moradia para beijar uma senhora idosa que o aguardava na varanda com uma bandeira do PSD.
No caminho para o mercado municipal, o presidente do PSD falou com lojistas, mas deu sobretudo prioridade aos seus contactos com os cidadãos mais idosos -- um eleitorado que a AD quer disputar com o PS.
[Notícia atualizada às 13h14]
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