Num discurso após um almoço em Setúbal, no Dia da Mãe, Rui Rocha disse que hoje, em Portugal, uma grávida "em muitas partes do país tem dificuldade de acesso a um médico de família", o que "condiciona o acompanhamento da sua gravidez".
"Hoje, em muitos sítios de Portugal, também aqui na região de Setúbal, é muito difícil para muitas grávidas terem acesso a coisas tão simples, tão evidentes, como ecografias. E isso não é aceitável em Portugal em 2025", defendeu, frisando que, na margem sul do Tejo, há "uma enorme dificuldade em encontrar uma urgência de obstetrícia e ginecologia aberta".
Para Rui Rocha, é necessário "mudar esta situação em que as grávidas de Portugal encontram portas fechadas nas urgências, fazem dezenas ou mesmo centenas de quilómetros para encontrar uma urgência aberta, ficam à espera em ambulâncias, têm partos em corredores de hospitais".
Considerando que "isso é um péssimo sinal num país que quer crescer e ter mães felizes", Rui Rocha defendeu que as mulheres grávidas devem ter prioridade na atribuição de um médico de família e deixou uma promessa para quem vive no distrito de Setúbal.
"Com a IL, se não for antes, pelo menos a partir de 2026 haverá sempre uma porta de urgência aberta. Nós temos mesmo de assegurar isso e a IL compromete-se com esse objetivo: uma porta de urgência sempre aberta para as grávidas deste distrito a partir de 2026", prometeu.
O líder da IL frisou que esse compromisso "não é ficção", considerando antes que se trata de ter "coragem política de tomar as decisões certas, de racionalizar a oferta das urgências, concentrar meios e capacidade de resposta" e reforçando que, "a partir de 2026, com a IL, há uma porta sempre aberta e as grávidas deste distrito saberão qual é a equipa que as vai acompanhar".
Neste discurso, Rui Rocha recuou ainda à discussão do alargamento da licença parental, que decorreu nesta legislatura na Assembleia da República, acusando dois partidos de terem conseguido "atrasar a discussão" e que a matéria "não fosse votada".
"Esses partidos são o PS e a coligação AD", criticou Rui Rocha, acusando a AD, que se opõe a esse alargamento, de apresentar "contas mal feitas" sobre a matéria, porque "não considera as vantagens que uma medida desta natureza tem do ponto de vista social" e as poupanças que acarretará.
Há dinheiro que "não se gastará estando as crianças com os seus pais no programa Creche Feliz, e aquilo que não se gastará em baixas na Segurança Social, porque sabemos que, nos primeiros meses de vida, é quando as crianças adoecem mais vezes", referiu.
Rui Rocha defendeu que "quem tem a responsabilidade de governar, tem a responsabilidade de apresentar contas certas" e acrescentou que a AD "não apresentou contas certas para impedir a aprovação desta medida".
"Pois eu quero-vos garantir que, com a IL, esta medida será uma das primeiras a avançar e vamos ter licença de parentalidade, provavelmente nos primeiros meses, a ser discutida na Assembleia da República, porque essa é a vontade da IL: paga a 100% nos primeiros seis meses e partilhada entre o pai e mãe", prometeu.
Antes de Rui Rocha, a deputada Joana Cordeiro, cabeça de lista da IL em Setúbal, salientou que hoje se dá o pontapé de saída para a campanha porque os portugueses foram "arrastados" para umas eleições, após uma "crise política que não precisava de ter acontecido".
"Perante suspeitas, Luís Montenegro escolheu primeiro o silêncio e depois ir partilhando informação a conta-gotas, a uma velocidade pequenina. E isto é uma imagem da AD neste último ano: é tudo a conta-gotas, é tudo a uma velocidade pequenina", acusou, criticando ainda o PS por ter preferido "desgastar [a AD] em vez de perguntar".
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