Entre "trumpização" e imigrantes, o que marcou o 1.º dia da campanha?

O primeiro dia da campanha para as próximas legislativas ficou hoje marcado pelo tema da imigração e pelas acusações do líder do PS ao Governo de "trumpização" do país.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Lusa
04/05/2025 19:46 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Eleiçóes Legislativas

A comitiva da Aliança Democrática (AD) parou em Bragança, onde Luís Montenegro foi confrontado com o anúncio do Governo de que a Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) vai começar a notificar 4.574 cidadãos estrangeiros, na próxima semana, para abandonarem o país voluntariamente em 20 dias. Perante as perguntas, o líder da AD esclareceu que o processo "não foi acelerado agora" e que começou já no ano passado.

 

"Há um problema com as oposições em Portugal neste momento: é que elas estão muito focadas só em dizer mal do Governo", disse Luís Montenegro.

Do lado do Partido Socialista, a campanha começou em Ponte de Lima, com Pedro Nuno Santos a dizer que Luís Montenegro está mais preocupado em aproximar-se do Chega, em relação à imigração, apontando mesmo uma "trumpização" do líder da AD. "Desta vez, temos um primeiro-ministro que diz que há pessoas que têm de ser expulsas do território nacional, diz isso a sorrir e ainda pede ao Chega para elogiar a sua política", sublinhou.

De Ponte de Lima, o PS seguiu para uma arruada em Guimarães, onde Pedro Nuno Santos acusou a AD de lidar com uma crise através de cortes em salários e pensões.

Ainda no tema da imigração, o Chega foi mais longe e defendeu a expulsão dos imigrantes que não têm trabalho, com o cabeça de lista pela Guarda, Nuno Simões de Melo, a dizer que não são "4.500 que têm que ir para casa", mas sim um milhão e 700 mil - número que não corresponde ao total de residentes estrangeiros em Portugal constantes dos dados oficiais.

André Ventura também discursou no primeiro dia de campanha e pediu uma oportunidade para governar. "Durante 50 anos falharam os mesmos e durante 50 anos escolhemos os mesmos, sempre, PS e PSD", disse o presidente do Chega, acrescentando que os portugueses ficaram "cada vez mais pobres e cada vez mais atrasados".

Mais abaixo no mapa, em Setúbal, o líder da Iniciativa Liberal comparou Pedro Nuno Santos a um "náufrago agarrado à mentira" para sobreviver, acusando o secretário-geral do PS de dizer falsidades sobre o modelo para a saúde defendido pelos socialistas.

No Mercado do Livramento, Rui Rocha lançou ainda o desafio para uma "solução de centro-direita reformista". "É hora de termos uma solução de centro-direita verdadeiramente reformista e, para isso, o voto certo é o voto na IL", acrescentou.

O Bloco de Esquerda esteve em Almada, onde a coordenadora nacional do partido acusou os "governos do centro" por terem "escancarado as portas" à extrema-direita, afirmando que não se podem queixar agora.

Em Vila Franca de Xira, o secretário-geral do PCP aproveitou o Dia da Mãe para trazer a natalidade para a campanha e apontou o dedo aos "discursos bonitos" dos restantes partidos sobre o tema. "São os mesmos que se recusam a combater a precariedade, os baixos salários, a discriminação salarial de que as mulheres são alvo, a desregulação profunda dos horários", disse Paulo Raimundo, num discurso que foi interrompido por um corte de energia no Pavilhão do Sobralinho.

Em Cascais, no mercado da cidade, o porta-voz do Livre assumiu, mais uma vez, que quer aumentar o grupo parlamentar e pediu aos eleitores "muitas papoilas" - símbolo do partido - nos boletins de voto.

Rui Tavares aproveitou ainda para deixar um recado à esquerda e dizer que o Livre é capaz de falar de liberdade: "Coisa que a esquerda, de certa forma, deixou abandonada para ser aproveitada, usada e abusada por uma direita que, verdadeiramente, uma delas não gosta de liberdade, porque se se apanhasse no poder eram os piores autoritários e outra que acha que a liberdade é só uma questão de menos impostos".

O primeiro dia de campanha eleitoral fica ainda marcado pela abertura das inscrições para o voto antecipado, em curso até à próxima quinta-feira, e pelo debate entre os líderes partidários, hoje à noite.

Leia Também: Chega arranca campanha a pedir "uma oportunidade" e quer vencer eleições

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