A pouco menos de dois meses das eleições autárquicas, em 12 de outubro, a agência Lusa questionou os partidos com assento parlamentar mais recentes e com pouca implementação autárquica até ao momento, como é que estão a recrutar candidatos para conseguir aumentar a sua presença territorial e, eventualmente, conquistar câmaras.
Segundo o secretário-geral do Chega, Pedro Pinto, o processo de recrutamento do partido começa nas concelhias e distritais, que escolhem e apresentam os candidatos, sendo depois os cabeças de lista submetidos a uma entrevista feita pela estrutura nacional do partido.
Um dos critérios base que é aferido durante o processo de recrutamento, frisou Pedro Pinto, é garantir que os candidatos seguem "o ADN do partido", apesar de não terem de estar obrigatoriamente filiados no Chega, devendo também apresentar o seu registo criminal, assim como certidões de não dívida às Finanças e à Segurança Social.
Apesar de o Chega tencionar apresentar milhares de candidatos nas autárquicas - o partido quer concorrer aos 308 municípios, assim como "à grande maioria das assembleias municipais" e a mais de "mil juntas de freguesia" -, Pedro Pinto diz estar tranquilo com o processo, porque o partido "já conhece a grande maioria" dos seus candidatos.
Desde logo, porque uma grande parte vão ser os deputados do partido: dos atuais 60 parlamentares, 59 serão candidatos (44 a presidentes de Câmara e 15 a assembleias municipais). O único deputado que não será candidato é o líder do Chega, André Ventura.
Além dos deputados candidatos, Pedro Pinto referiu também que, quando comparado com 2021, o partido aumentou a sua capacidade de recrutamento, porque "houve muita gente a juntar-se ao projeto", inclusive pessoas que pertenceram no passado a outros partidos políticos, o que, disse, dá garantias quanto à sua qualidade.
A IL, que há quatro anos tinha-se candidatado a 53 municípios, desta vez aponta para o dobro: vai apresentar candidaturas em cerca de 100, um quarto das quais em coligações.
Questionada pela agência Lusa sobre qual é o processo de seleção que utilizam para selecionar estes candidatos, a IL respondeu que "a seleção é feita por entrevistas pelas estruturas locais/nacionais e é pedido o registo criminal aos cabeças de lista".
Por sua vez, o Livre, que até ao momento tem apenas dois vereadores, irá concorrer em cerca de 50 municípios: metade em listas próprias e a outra metade em coligação. No entanto, ao contrário de IL e Chega, o partido tem outro processo de recrutamento: primárias.
Organizadas em duas voltas, as primárias são abertas a todos os cidadãos, não sendo necessário ser militantes do Livre, mas os candidatos são obrigados a preencher um formulário, com questões relativas a potenciais conflitos de interesse ou antigas filiações partidárias, além de terem de garantir que respeitam o Código de Ética do partido e a sua Declaração de Princípios.
Já o Juntos Pelo Povo (JPP), que irá concorrer às autárquicas pela primeira vez como força política parlamentar, após ter alcançado a eleição de um deputado à Assembleia da República em maio, afirma que tem sido contactado por potenciais candidatos e frisa que, nesses casos, reúne-se "mais do que uma vez, de forma a apurar se o candidato ou a sua equipa entende e se identifica com os valores do JPP".
"Após as reuniões, os candidatos são propostos em Comissão Política Nacional e esta decide se avança, ou não, com os candidatos propostos", referiu, salientando ainda que, caso o partido identifique pessoas que considera terem o perfil adequado, também faz convites.
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