O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, salientou, esta quinta-feira, que “o maior desafio político” em Portugal prende-se com a transformação da “economia portuguesa numa economia mais sofisticada, mais complexa, capaz de produzir maior valor acrescentado”.
“Podemos trocar aqui algumas ideias sobre aquele que é, na minha opinião, o maior desafio político que temos em Portugal, que é conseguirmos transformar a economia portuguesa numa economia mais sofisticada, mais complexa, capaz de produzir maior valor acrescentado. Este é um desafio antigo”, começou por contextualizar, durante as sessões para o programa eleitoral das eleições Legislativas de 18 de maio.
O socialista elencou que há “um conjunto de erros que vamos cometendo ao longo de anos”, tendo “defendido a seletividade do sistema de incentivos”.
“O país não tem uma capacidade orçamental e financeira infinita e temos de ter capacidade de usar os recursos públicos que estão sobre a responsabilidade do Governo português, para os utilizar de forma inteligente, aproveitando aquilo que a nossa economia já tem”, sustentou.
Pedro Nuno Santos apontou que Portugal possui “uma economia com competências científicas, tecnológicas e empresariais instaladas que nos permitem perceber que há um potencial muito grande em alguns setores, em algumas áreas tecnológicas”, áreas essas que “devem ter uma especial atenção, de forma a que consigamos uma transformação da nossa economia mais acelerada daquela que está a acontecer”.
“Ela está em curso, mas precisamos de acelerar. É uma das maneiras mais importantes de conseguirmos ter uma economia capaz de pagar melhores salários aos portugueses. Esse é o nosso principal objetivo, que o povo português viva melhor, que as nossas empresas produzam melhor valor, mas que os nossos trabalhadores também possam ter melhores salários”, disse.
Saliente-se que, ao longo de cinco dias, cada sessão terá cerca de 12 convidados e serão debatidas ideias e contributos para a elaboração do Manifesto Legislativas 2025, com que o PS se apresentará às eleições antecipadas.
De acordo com informação adiantada à Lusa por fonte oficial, as sessões serão fechadas, sendo apenas abertas à comunicação social as intervenções iniciais em cada uma delas por parte do líder do PS.
Na quarta-feira, a manhã foi sobre habitação e à tarde foi discutido o Serviço Nacional de Saúde.
Já esta quinta-feira, a manhã foi dedicada ao trabalho, salários e segurança social e a tarde à "economia em transformação".
Na sexta-feira haverá apenas uma sessão e esta decorrerá à tarde sob o tema "Relações Internacionais, Europa e Defesa".
Com o arranque da próxima semana, a segunda-feira de manhã será dedicada ao tema do território, poder local, agricultura e mar, enquanto a tarde terá como foco o ambiente e o clima.
O último dia, terça-feira, terá um painel sobre "Democracia, Transparência e Direitos Fundamentais" da parte de manhã, sendo a tarde para debater justiça e segurança interna.
O PS abriu também este processo de atualização do programa eleitoral à sociedade civil e criou um e-mail para receber contributos e vai ainda promover várias sessões distritais para recolher a posições de militantes e simpatizantes.
A primeira sessão destas sessões decorre na quinta-feira no Baixo Alentejo e, no sábado, haverá no Porto, Lisboa, Aveiro, Guarda e Leiria.
Na sexta-feira, Pedro Nuno Santos tinha anunciado que o partido apresentaria um programa eleitoral que resulta de uma atualização do que foi sufragado nas últimas eleições e que, para fazer esse trabalho, promoveria cinco dias de sessões setoriais. O trabalho de coordenação desta atualização estará a cargo do deputado do PS e ex-líder da JS Miguel Costa Matos.
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