"Em 2023, o município investiu 30 milhões de euros em escolas e creches, num total de 107 milhões de euros previstos até 2026", informou a câmara, presidida pelo social-democrata Carlos Moedas, que governa sem maioria absoluta.
Numa informação publicada no 'site' do município de Lisboa, o executivo camarário refere que o arranque do ano letivo 2023/2024 "fica marcado pela construção e requalificação integral de três novas escolas: EB Arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, em Benfica, EB Manuel Teixeira Gomes, em Marvila, e EB Santo Amaro, em Alcântara".
A Lusa solicitou à câmara informação adicional sobre as obras em escolas e creches, mas não obteve resposta.
No âmbito da inauguração das escolas e creches, a vereação do PS criticou o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), por voltar a apresentar números sobre o "suposto investimento na educação levados a cabo no seu mandato".
"O que Moedas não indicou é que, tirando as obras e concursos públicos lançados pelo anterior executivo [presidido pelo PS], tudo o resto está parado", acusaram os socialistas.
Os vereadores do PS referiam ainda que, das escolas que passaram para a gestão da autarquia em 2021, com a passagem de competências na área da educação, Governo e Câmara Municipal de Lisboa (CML) acordaram numa listagem de 44 escolas a necessitar de intervenção urgente ou prioritária.
"A avaliação estava feita, existindo mesmo três equipamentos a necessitar de intervenção muito urgente, e o Governo lançou no início deste ano o aviso de financiamento europeu para assumir parcialmente os custos destas obras. Lisboa, ao contrário de tantas autarquias da área metropolitana, não se candidatou e desperdiçou fundos europeus para iniciar as obras necessárias", afirmou a vereação do PS.
De acordo com os socialistas, até hoje, dois anos passados da gestão da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), "a câmara não lançou um único concurso público para iniciar a empreitada em qualquer uma destas 44 escolas", referindo que o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) celebraram um protocolo para recuperar as escolas mais urgentes com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas a CML continua sem apresentar qualquer projeto para poder aceder a este financiamento e iniciar as obras.
"Com um orçamento de mais de 1.000 milhões de euros, e 400 arquitetos nos seus quadros de pessoal, não há qualquer razão para que a CML não tenha iniciado as obras, ou, sequer, elaborado os projetos necessários para a recuperação das escolas mais prioritárias", defendeu o PS, considerando que Carlos Moedas se "especializou em atirar para terceiros, normalmente o Governo, a culpa de tudo o que não corre bem na cidade".
Os socialistas criticaram a "gritante incapacidade de execução" da liderança PSD/CDS-PP: "Fazer, fazer, fazer, gosta de dizer Carlos Moedas de si próprio, à custa das fitas que vai cortando do trabalho deixado pelo PS. Está na hora de começar a fazer o seu".
Na terça-feira, na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD) disse que os seus dois anos de mandato se resumem ao verbo "fazer", com "um estado social local", enquanto o PS o acusou de "passividade" em matérias fundamentais.
Daqui a uma semana, em 26 de setembro, assinalam-se dois anos das eleições autárquicas de 2021, em que a coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) conseguiu ganhar a presidência da Câmara de Lisboa, retirando a governação da cidade ao PS.
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