Chega diz que atuais governantes também devem preencher questionário
O presidente do Chega defendeu hoje que os atuais membros do Governo também deviam preencher o questionário que vai ser adotado para os futuros governantes e considerou que se Paulo Cafôfo "não tiver condições, tem que sair" do executivo.
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Política Governo
Falando aos jornalistas em conferência de imprensa na sede nacional do Chega, em Lisboa, André Ventura foi questionado sobre a investigação que envolve o atual secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal.
"Eu recomendaria ao Governo que o questionário que vai pôr para os novos secretários de Estado e para os novos governantes, que pudesse aplicá-lo aos que já estão, e assim Paulo Cafôfo já poderia confirmar que está a ser investigado, que é o principal alvo da investigação e que se sente muito bem com essa situação", afirmou.
O líder do Chega apontou que pode ser "difícil que quem não sabe exatamente o que é que está a ser investigado possa dar explicações", mas referiu que, "aparentemente, Paulo Cafôfo é mesmo um dos alvos principais da investigação e já se sabia disto".
"E António Costa também já sabia disto, porque não tinha como não saber quando o chamou para o Governo", atirou o líder do Chega.
André Ventura defendeu que o primeiro-ministro "deve colocar o questionário à frente de Paulo Cafôfo e se ele não tiver condições tem que sair também, porque aparentemente é isso que acontece".
O presidente do Chega reiterou que mais um caso no Governo "continua a ser uma degradação permanente das instituições" e criticou que "cada dia há um caso que parece visar diretamente o Governo e os seus membros, sem que nenhuma explicação para isto seja dada".
O Correio da Manhã noticia, na sua edição de hoje, que Paulo Cafôfo está a ser investigado pelo Ministério Público, enquanto ex-presidente da Câmara do Funchal.
Em comunicado, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas afirmou hoje que tem conhecimento da "instauração de um processo de inquérito", mas desconhece os termos concretos do processo, aguardando "com serenidade" a sua conclusão.
Em resposta à agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma "a existência de inquérito, dirigido pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Lisboa e no qual se investigam eventuais crimes de participação económica em negócio, corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de influências e abuso de poder relacionados com autarquias da Região Autónoma da Madeira".
A PGR refere que este inquérito "encontra-se em investigação e sujeito a segredo de justiça" e "não tem arguidos constituídos".
Este caso remonta a outubro de 2020, quando a PGR confirmou que as investigações relacionadas com autarquias da Madeira envolvem a prática de eventuais crimes de participação económica em negócio, corrupção ativa e passiva, tráfico de influências e abuso de poder.
A investigação, referiu à data a câmara do Funchal, foi suscitada por denúncia 'online' em 2018, e noticiada tanto pela revista Sábado em 08 de outubro de 2020 como pelos jornais da região.
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