A socialista Ana Gomes defendeu, este domingo, no seu espaço de comentário semanal na SIC Notícias, que o mecanismo de escrutínio anunciado pelo Governo "não desresponsabiliza" o primeiro-ministro pelas escolhas do passado.
"Não diminui em nada a responsabilidade, que é exclusiva de quem compõe o Governo: O primeiro-ministro e eventualmente ministros", sublinhou, lembrando que, além disso, o questionário é secreto e "não é fiscalizado por nenhuma entidade externa".
"Como foi dito por Carlos César, é só mais um instrumento", atirou.
A antiga eurodeputada relembrou ainda que António Costa chegou a defender publicamente Miguel Alves e Carla Alves, numa "avaliação politicamente errada", que só foi corrigida, "por pressão da opinião pública e do Presidente da República".
Recorde-se que o questionário de verificação prévia, anunciado pelo Executivo e destinado a convidados para ministros ou secretários de Estado, tem 36 perguntas, abrange os últimos três anos de atividades e estende-se ao agregado familiar. As questões estão dividas por cinco áreas - atividades atuais e anteriores, impedimentos e conflitos de interesses, situação patrimonial, situação fiscal e responsabilidade penal.
Leia Também: Escrutínio? "É muito mais embaraçoso apanhar alguém que já está no cargo"