Meteorologia

  • 23 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 13º MÁX 24º

"António Costa é o maior amigo da saúde privada que há em Portugal"

O líder do PSD comentou a crise que que decorre no Serviço Nacional de Saúde.

"António Costa é o maior amigo da saúde privada que há em Portugal"
Notícias ao Minuto

17:01 - 02/09/22 por Teresa Banha com Lusa

Política Luís Montenegro

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, comentou, esta sexta-feira, a demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, que ocorreu esta semana.

"É, sobretudo, uma saída que representa a falência do projeto do Partido Socialista - e, já agora, também do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda - para o Serviço Nacional de Saúde [SNS]",  notou, sublinhando que o partido que preside "defende intransigentemente" o SNS.

"Mas, para haver um bom Serviço Nacional de Saúde, o sistema de saúde público tem de contar com a complementaridade do setor privado e do setor social", considerou Luís Montenegro.

"O complexo ideológico do primeiro-ministro está a penalizar gravemente a saúde dos portugueses"

"Até ao momento, por uma teimosia inexplicável do primeiro-ministro e da ministra da Saúde, isso não foi posto em prática, em prejuízo dos cidadãos. O complexo ideológico do primeiro-ministro está a penalizar gravemente a saúde dos portugueses", considerou, em declarações aos jornalistas na Feira Agrícola, na Póvoa de Varzim.

Abordando a crise do SNS e lembrando que vários serviços de Urgência têm vindo a fechar as portas, Montenegro salientou que "os portugueses têm, hoje, filas de espera à porta das urgências que são manifestamente intoleráveis". Considerou também intolerável a percentagem da população que não tem acesso a médico de família, bem como as filas de espera para consultas.

"Tudo isto tem a ver com uma política de saúde que falhou", afirmou, acrescentando que, "enquanto o primeiro-ministro não reconhecer que a sua política de Saúde conduz ao estrangulamento do Serviço Nacional de Saúde e ao favorecimento do setor privado por via indireta, António Costa é o maior amigo da saúde privada que há em Portugal", rematando que o caso se aplica "seja quem for o ministro".

Questionado sobre uma eventual quebra no investimento no setor da Saúde, Montenegro defendeu que o necessário seria ter não só "uma melhor gestão daquilo que é detido pelo Estado", mas também uma melhor "cooperação, complementaridade, entre os serviços públicos, o setor privado e o setor social - sem papões".

"Andámos durante sete anos - do primeiro-ministro, da ministra da Saúde, dos líderes do BE e do PCP, que o PSD era defensor dos interesses privados da saúde. Há um papão sobre o setor social como se nós estivéssemos aqui a beneficiar pessoas que não estão, muitas delas, a dar muito do seu tempo para suprir aquilo que o Estado não é capaz de ter como resposta."

O líder dos sociais democratas considerou ainda que uma boa gestão, políticas de acesso a medicamentos para quem tem baixos rendimentos, entre outras medidas, farão um bom SNS.

Questionado sobre se era a isto que se referia quando falava em "pôr ordem na casa", expressão utilizada por si no final de agosto, Montenegro salientou que "a casa do PSD está arrumadíssima", atirando que "a casa do Governo está completamente desarrumada, desorientada, desnorteada". 

E a inflação?

Ainda quanto ao aumento da inflação, o social-democrata deixou algumas palavras, acusando o Governo de estar a "ganhar dinheiro" com a situação, ao mesmo tempo que lembrou algumas situações em que advertiu para problemas que, agora, estão em cima da mesa.

"Se o Governo vem a reboque do PSD, está no bom caminho"

"Ainda não era líder do partido quando defendi a necessidade imperiosa de haver um programa de emergência social para acudir às dificuldades que iam chegar - estava na cara que iam chegar à vida das pessoas. O cabaz alimentar, os preços da energia, habitação. Tudo o que é essencial à vida das pessoas está mais caro. O Governo está a ganhar dinheiro com a inflação - está a cobrar mais impostos do que aqueles que previa cobrar no Orçamento do Estado", rematou.

Já no início das declarações aos jornalistas, o líder do PSD tinha sido abordado sobre as eventuais medidas que serão apresentadas na próxima semana pelo Governo, para mitigar o aumento da inflação.

Congratulando-se com a eventual decisão do Governo em recusar um imposto sobre os lucros extraordinários das empresas, o líder social-democrata disse que o Executivo vinha "uma vez mais a reboque" do partido que preside.

"Só posso congratular-me com isso e dizer ao primeiro-ministro que está no bom sentido porque criar novos impostos nesta altura era um sinal absolutamente errado que nós vamos dar aos investidores, aqueles que queremos que possam trazer para Portugal o seu capital e o seu risco para poderem apostar na nossa capacidade produtiva", afirmou.

"Se o Governo vem a reboque do PSD, está no bom caminho. Esperemos que, de futuro, o Governo possa ter capacidade iniciativa mais célere, e que não seja preciso estar à espera do principal partido da oposição - mas nós cá estaremos para cumprir a nossa tarefa",  disse.

Programa de emergência social no valor de 1,5 mil milhões.

No dia em que o PSD apresentou o seu programa de emergência social no valor de cerca de 1,5 mil milhões de euros, sendo uma das medidas propostas a redução do IVA da energia para a taxa mínima (6%), Luís Montenegro vincou que o objetivo é que as famílias mais afetadas possam ter algum apoio do Estado para poder suprir aquilo que são as suas dificuldades quotidianas.

"Nós tomamos a iniciativa de propor isso ao país e não nos importamos nada que o Partido Socialista e o Governo venham a reboque do PSD", disse.

O social-democrata assumiu ter sentido a necessidade de concretizar o plano de apoio às famílias, às empresas e às instituições de acordo com a evolução orçamental.

Luís Montenegro sustentou que o PSD não está a contribuir para agravar o défice público porque não está a aproveitar o excedente de impostos cobrados às pessoas, às famílias e às empresas.

"Nós estamos a falar de uma parte excedentária face àquilo que já era maior em termos de arrecadação de receita face ao ano anterior. Estamos a falar de um excedente orçamental", esclareceu.

Concretamente sobre a diminuição da taxa de IVA da eletricidade, do gás e dos combustíveis para 6%, o presidente do PSD recordou que, até há pouco tempo, o Governo sempre disse que não era possível em função de constrangimentos europeus.

Montenegro considerou, porém que "inexplicavelmente em toda a Europa" todos os governos foram, nos últimos meses, precisamente tomando essa medida.

A União Europeia não está a colocar nenhum entrave a que os países possam diminuir a taxa do IVA sobre os produtos energéticos, "desculpa" que o Governo estava a utilizar para não o fazer, concluiu.

[Notícia atualizada às 20h34]

Leia Também: MP pede "invalidade da Declaração de Impacto Ambiental" do Montijo

Recomendados para si

;
Campo obrigatório