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Nogueira Pinto considera que Chega veio reequilibrar espetro político

O politólogo e historiador Jaime Nogueira Pinto defendeu hoje que o Chega veio reequilibrar o "leque político-partidário em Portugal", que considerou ter sido dominado, desde a instauração da democracia, por "ideias de esquerda".

Nogueira Pinto considera que Chega veio reequilibrar espetro político
Notícias ao Minuto

21:57 - 12/03/22 por Lusa

Política CHEGA

Falando na segunda convenção de autarcas do Chega, que decorreu no Fórum Lisboa, Jaime Nogueira Pinto defendeu que "Portugal é hoje o país mais à esquerda da Europa porque é, em termos de ideias sobretudo, um país governado por um centrão que tem 70% dos votos e que praticamente nunca saiu do poder".

Segundo Jaime Nogueira Pinto, os partidos que compuseram esse centrão foram sempre dominados por "ideias de esquerda", "salvo raras exceções que não eram propriamente grandes proclamações à direita, mas eram pelo menos uma certa política não esquerda".

O historiador defendeu que essa dominação do ideário da esquerda não foi "estranho" porque o regime democrático surgiu após 48 anos -- somando a ditadura militar e o Estado Novo -- de um "regime de direita autoritário".

"As ideias de esquerda governaram este regime porque, muitas vezes, as lideranças da direita não perceberam que estes valores de direita -- os tais valores, sei lá, a trilogia salazarista, 'Deus, Pátria e Família', ou uma coisa equivalente a isso -- também se podem impor, discutir, afirmar em democracia", sublinhou.

Nogueira Pinto acusou "muitos líderes das tais direitas 'civilizadas'" de "grande cobardia ideológica" por terem querido "enquadrar tudo na história do antifascismo, do antifascismo segundo a esquerda", nunca tendo tido a "coragem de romper com isso".

"Eu nesse sentido é que acho que o Chega trouxe uma novidade e trouxe um reequilíbrio, ou pelo menos um esforço para o reequilíbrio, do leque político-partidário em Portugal", salientou.

Num painel intitulado "Esquerda e Direita autárquica", moderado pelo deputado eleito Bruno Nunes e pelo membro da Juventude do Chega Rui Cardoso, Jaime Nogueira Pinto recordou ainda os tempos da sua atividade política juvenil, em que militou contra a independência das ex-colónias.

O politólogo disse que, na altura, havia "muito respeito" entre adversários políticos, apesar das divergências ideológicas, por existir um entendimento comum de que as pessoas lutavam "por princípios, e corriam riscos, fossem os guerrilheiros, fosse quem fosse".

"Eu acho que esse respeito pelo inimigo ideológico é uma coisa também muito importante. Esta coisa das linhas vermelhas e dessa coisa toda, é uma coisa fofa, mas é uma coisa idiota", afirmou, numa alusão à situação atual, em que vários partidos recusam entendimentos com o Chega.

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