"Extraordinário espetáculo"? Sousa Real critica deputado Pedro do Carmo
O deputado socialista Pedro do Carmo, que preside à Comissão responsável pelas iniciativas que visam o fim das corridas de galgos em Portugal, contou, nas redes sociais, que foi assistir a uma destas provas. "Um extraordinário espetáculo", considerou.
© Reuters
Política Corridas de galgos
O Parlamento voltou hoje a discutir o fim das corridas de galgos à boleia da iniciativa Legislativa de Cidadãos promovida pela SOS Animal - Grupo de Socorro Animal de Portugal, que recolheu mais de 20 mil assinaturas.
Ora, o deputado do PS que preside à Comissão responsável pela apreciação destas iniciativas é Pedro do Carmo que, nas redes sociais, relatou que foi assistir a uma corrida de galgos, considerando tratar-se de um "extraordinário espetáculo".
Uma partilha criticada pela líder do PAN, Inês Sousa Real.
"O deputado Pedro do Carmo, do Partido Socialista, que preside à Comissão responsável pela apreciação das iniciativas legislativas que visam o fim das corridas de galgos em Portugal, e que serão [esta sexta-feira] debatidas na Assembleia da República, tendo por isso responsabilidades acrescidas neste processo legislativo, partilhou que foi assistir a este 'extraordinário espetáculo' em que consistem as corridas de galgos, esquecendo-se de explicar que estas não têm qualquer enquadramento legal e, pior, esquecendo-se das inúmeras denúncias que existem quanto aos maus-tratos e sofrimento envolvido nos treinos e provas a que são sujeitos estes animais", lamentou a porta-voz do partido.
O socialista escreveu que "só assistindo presencialmente se pode entender” as corridas de galgos. Pedro do Camo fá-lo, continua a parlamentar, "esquecendo-se das imagens, reais, que há muito têm sido amplamente denunciadas e que não vislumbrou toda esta indústria cruel!". "Não conheceu as condições indignas em que estes animais vivem, não assistiu aos treinos violentos, nem à tão cruel prática de simplesmente abandonar os animais quando decidem que os cães já não servem para o único propósito para que os querem - para um divertimento perverso e incompreensível!", critica.
Inês Sousa Real lamenta que o divertimento se faça "à custa de seres que sentem e sofrem", reforçando a posição do partido neste combate para que "Portugal dê finalmente este importante passo civilizacional".
"Não podemos compactuar com isto. (...) Pelo fim da violência e pelos animais, o PAN irá posicionar-se do lado certo, resta saber se as demais forças políticas vão ignorar a voz destes cidadãos e os direitos dos animais", remata.
A SOS Animal também teceu duras críticas ao deputado socialista, considerando tratar-se de um comportamento "vergonhoso". "Reforçamos a nossa indignação com o tratamento imparcial e sem qualquer preparação com que certos deputados assumem as presidências das comissões. Há um profundo desrespeito pela democracia quando é aceite comportamentos como este e quando ocorrem eventos como os ocorridos na audição que estivemos presentes. Os partidos políticos tem de auscultar a vontade da sociedade, factos científicos e o interesse comum. Não os interesses de amigos e famílias e gostos pessoais", pode ler-se numa publicação feita nas redes sociais.
A deputada não inscrita Cristina Rodrigues lamentou já esta tarde que a sua proposta no sentido da proibição das corridas de galgos tenha sido rejeitada, deixando um agradecimento à SOS Animal e aos cidadãos que se mobilizaram para levar o tema ao Parlamento. Também a iniciativa cidadã, assim como o projeto do Bloco de Esquerda foram chumbados. Apenas o projeto do PAN baixou à 7ª comissão parlamentar (Agricultura e Mar) para debate na especialidade com a aprovação de um requerimento que o permitia fazer sem votação.
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