Vitorino Silva critica políticos que colocaram "máscara à Cultura"
O candidato presidencial Vitorino Silva considerou hoje, no último dia de campanha eleitoral, que os apoios anunciados pelo Governo para os profissionais da Cultura "não chegam aos criativos" e que "os políticos" colocaram "uma máscara" a este setor.
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Política Presidenciais
No arranque do último dia de campanha rumo a Belém, o candidato popularmente conhecido como "Tino de Rans" virou as atenções para a Cultura e criticou o programa criado pelo executivo liderado pelo socialista António Costa para este setor, com uma dotação global de 42 milhões de euros, na primeira fase, que prevê dar um apoio a fundo perdido.
"Quarenta e dois milhões [de euros] não chegam aos jovens que têm sonhos, não chegam aos criativos", considerou o também dirigente do RIR (Reagir, Incluir e Reciclar), durante uma ação de campanha virtual.
Vitorino Silva foi mais longe e criticou o que considera ser uma falta de interesse crónico na Cultura, que se traduz em falta de investimento.
"Não foi só a covid-19 que nos colocou uma máscara, os políticos deste país também colocaram uma máscara à Cultura", advogou.
O candidato acrescentou que é "um homem de cultura", porque ser "calceteiro também é uma arte", e os portugueses sabem que não é "nenhum totó".
"Em nossa casa nunca passámos fome, nem nunca houve falta de livros. Houve sempre comida e houve sempre estantes de livros", sublinhou o candidato de 49 anos, completando que "um país onde não haja cultura, onde não se investe na cultura, é um país morto".
À conversa com vários estudantes, e não só, Vitorino Silva também se posicionou como o candidato que representa a juventude e recuperou o adversário das últimas legislativas, em 2019, para dizer que no domingo quer que o derrotado seja a abstenção.
"O meu grande adversário é a abstenção, não é o Marcelo, não é a Marisa, não é a Ana Gomes", sustentou.
Convencido de que os jovens "que abraçam causas" vão votar massivamente no domingo, o candidato disse que está "mortinho para quando soltarem os gráficos" e se verificar a adesão nas urnas dos jovens.
Questionado sobre as sondagens que apontam para um resultado aquém do atingido há cinco anos -- Vitorino Silva conseguiu 152.094 votos, ou seja, 3,28% -, Vitorino Silva desvalorizou o assunto e referiu que no domingo os responsáveis pelas sondagens "vão ficar muito surpreendidos".
No final da sessão por 'Zoom' Vitorino Silva emocionou-se quando referiu que vai 'fechar' a campanha com um passeio higiénico perto de casa, em Rans, concelho de Penafiel (Porto), e até ao local onde viu o pai pela última vez há 40 anos.
"É onde vou muitas vezes" quando é preciso pensar, acrescentou.
As eleições presidenciais realizam-se em plena epidemia de covid-19 em Portugal no domingo, sendo a 10.ª vez que os cidadãos portugueses escolhem o chefe de Estado em democracia. A campanha eleitoral começou no dia 10 de janeiro.
Além de Vitorino Silva também são candidatos: Marcelo (apoiado oficialmente por PSD e CDS-PP), a diplomata e antiga eurodeputada do PS Ana Gomes (PAN e Livre), o eurodeputado e dirigente comunista, João Ferreira (PCP e "Os Verdes"), a eurodeputada e dirigente do BE, Marisa Matias, André Ventura (Chega), e o fundador da Iniciativa Liberal Tiago Mayan.
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