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"PS tem uma espécie de amargura com a perda da maioria absoluta"

Francisco Louçã comentou o debate do Estado da Nação, que aconteceu esta sexta-feira, na Assembleia da República.

"PS tem uma espécie de amargura com a perda da maioria absoluta"
Notícias ao Minuto

23:23 - 24/07/20 por Notícias Ao Minuto

Política Francisco Louçã

Francisco Louçã analisou, esta sexta-feira, no seu espaço de comentário político semanal, na SIC Notícias, o debate do Estado da Nação, que teve lugar hoje na Assembleia da República e onde António Costa abriu portas a um entendimento à Esquerda.

"O debate surge numa altura em que o Governo aparece forte. Forte nas sondagens, talvez demasiado consolado pela vantagem que as sondagens lhe dão, quando o país olha para o Presidente e para o Governo como as instituições que dão segurança no contexto da pandemia", descreveu.

Contudo, defende Louçã, a proposta política apresentada hoje "é muito indefinida". "O primeiro-ministro propõe um acordo para a legislatura ou sugere-o, que é exatamente aquilo que ele recusou logo a seguir às eleições. E, na verdade, a frase mais importante deste debate, é de António Costa quando este diz: ‘Se fizeram campanha contra uma maioria absoluta do PS agora têm de resolver o problema'. Qual é a dificuldade desta frase? É que ela é uma frase com um profundo cunho autoritário. Na verdade não é por causa de partidos defenderem um ponto ou outro que as eleições se resolvem de uma forma que corresponde à maioria das pessoas", explicou, acrescentando que o primeiro-ministro cometeu o mesmo erro durante a campanha eleitoral.

"A maioria dos eleitores não quis que o PS tivesse maioria absoluta e há uma espécie de amargura com essa perda da maioria absoluta, que foi aliás o que levou António Costa ao erro na campanha eleitoral quando agrediu os partidos da Esquerda e depois se prolongou na recusa de um acordo que lhe foi proposto para ser negociado", atirou o bloquista.

Este tipo de atitudes por parte de António Costa, de acordo com Francisco Louçã, demonstra que o Chefe do Governo não quer "reconhecer que criou o seu próprio problema" e prefere "atribuir a partidos aquilo que foi a vontade da democracia, o que revela "desvalorização da escolha democrática".

Além disso, sublinhou o fundador do Bloco de Esquerda, o Partido Socialista está a braços com outro problema.

"O PS tem feito um jogo com o PSD, mas sugere agora um acordo com a Esquerda, que será de negociação difícil por duas razões: Primeiro porque o PCP tem um congresso e pode querer por-se fora de qualquer quadro negocial e, em segundo, porque a haver uma negociação -  e é útil aconteça - , a crise económica e social que Portugal vive e o grande aumento de desemprego a partir do outono exigem medidas muito consistentes de resposta económica e social e só elas podem permitir que haja escolhas orçamentais para este ano e anos seguintes que sejam consistentes. Será uma negociação muito difícil e esse ponto de partida do Governo, que é muito calculista entre este jogo do PSD e dos partidos de Esquerda, cria desconfiança, mais do que aproximação para soluções enérgicas e inovadoras", concluiu.

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