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Álvaro Almeida votou contra por Centeno"não ter condições" para liderar

O deputado do PSD Álvaro Almeida justificou hoje o voto contra o relatório da audição de Mário Centeno por considerar que o ex-ministro "não tem condições para exercer de forma independente" as funções de governador do Banco de Portugal.

Álvaro Almeida votou contra por Centeno"não ter condições" para liderar
Notícias ao Minuto

18:48 - 15/07/20 por Lusa

Política Banco de Portugal

Questionado pela Lusa sobre a razão de ter votado de forma diferente da bancada social-democrata - que se absteve - este relatório na Comissão de Economia e Finanças, Álvaro Almeida diz que se tratou de "um voto em consciência".

"Basicamente considero que o dr. Mário Centeno não tem condições para exercer de forma independente as funções de governador do Banco de Portugal", disse.

Álvaro Almeida demitiu-se no final de junho de funções de coordenador na Comissão de Saúde e de vice-coordenador na Comissão de Orçamento e Finanças, mas escusou-se na altura a explicar os motivos da sua demissão.

Questionado hoje se entende que o processo legislativo em curso deveria ter sido concluído antes da nomeação de Centeno - depois de o PSD ter votado a favor na generalidade de uma iniciativa do PAN que previa um período de nojo entre a liderança do banco central e a saída do Governo -, o deputado e ex-candidato à presidência da Câmara do Porto respondeu que "teria sido preferível".

"Mas hoje o que estava em causa era a posição sobre a indigitação do professor Mário Centeno. Na minha opinião, ele não tem condições para exercer de forma independente estas funções, tendo em conta a existência de conflitos de interesses", disse.

"O meu voto foi em consciência e representa apenas isso, o que a minha consciência me ditou", referiu.

O deputado deixou também de integrar recentemente a nova equipa dirigente do Conselho Estratégico Nacional do PSD e, segundo noticiou o jornal Público, criticou no grupo de Whatsapp da bancada que as propostas do partido sobre o funcionamento da Assembleia da República tenham sido apresentadas pelo presidente Rui Rio sem que os deputados tivessem conhecimento prévio e pudessem dar contributos.

O relatório da audição de Mário Centeno no âmbito da proposta de designação para governador do Banco de Portugal foi hoje aprovado pelos deputados com voto favorável do PS e a abstenção do PSD e do PCP.

O relatório, votado hoje na Comissão de Economia e Finanças, teve os votos contra do CDS-PP, Bloco de Esquerda, Iniciativa Liberal, PAN e do deputado do PSD Álvaro Almeida.

Na Comissão, o deputado social-democrata Duarte Pacheco afirmou que "na opinião do PSD o relatório é fiel ao que ocorreu na audição e caberá ao Governo retirar as ilações" tendo sugerido que fosse acrescentado um segundo parágrafo nas conclusões em que apenas o grupo parlamentar do PS considera que Mário Centeno tem condições para ser nomeado governador do Banco de Portugal.

Duarte Pacheco lembrou que o seu partido se manifestou sempre contra a nomeação de Mário Centeno, precisando que o que estava a ser votado era o relatório e não a indigitação do sucessor de Carlos Costa.

No final de junho, o vice-presidente do PSD Nuno Morais Sarmento anunciou que o partido recusaria aprovar leis 'ad hominem' e colocou como condição para manter o voto favorável ao projeto do PAN na votação final global que o período de nojo fosse encurtado de cinco para dois anos e que só se aplicasse para processos futuros.

O processo legislativo acabou por ser adiado e o Governo anunciou a nomeação de Mário Centeno para suceder a Carlos Costa como governador do Banco de Portugal.

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