Rio 'contra-ataca': "Centeno não passou a ter condições para continuar"
O líder do PSD regressou ao Twitter para contestar a continuidade de Mário Centeno no Governo e apontando como explicação "a força do ministro" ser "superior à do primeiro-ministro".
© Global Imagens
Política PSD
Depois de ter considerado que o ministro Mário Centeno não tinha condições para continuar no cargo, Rui Rio regressou ao início da tarde desta quinta-feira ao Twitter para o 'contra-ataque'.
"Mário Centeno não passou a ter condições para continuar", começa por referir o líder do PSD, acrescentando que esta manutenção do ministro das Finanças mostra que o primeiro-ministro assume que, "ainda que sem condições, um Ministro pode continuar a sê-lo".
E pode continuar a sê-lo, acrescenta Rio, "mesmo quando faltam mais de três longos anos para o fim da legislatura... ou quando a força do Ministro é superior à do primeiro-ministro".
Mário Centeno não passou a ter condições para continuar.O PM é que assumiu que no seu Governo, ainda que sem condições, um Ministro pode continuar a sê-lo, mesmo quando faltam mais de três longos anos para o fim da legislatura ...ou quando a força do Ministro é superior à do PM.
— Rui Rio (@RuiRioPSD) May 14, 2020
Este novo tweet do social-democrata surge depois de ontem, numa outra publicação na rede social, Rio ter defendido a demissão do ministro das Finanças, Mário Centeno, por este não ter sido "leal" com o primeiro-ministro, António Costa, e por ter ficado ainda mais fragilizado, depois da audição parlamentar de hoje sobre o Novo Banco.
"Se estava mal, com esta prestação na AR, Centeno ainda ficou pior. Não tem condições para continuar! Mal vai um primeiro-ministro que mantém um Ministro que não lhe foi leal, que tem a crítica pública do Presidente da República, que a bancada do PS não defendeu e que diz ser irresponsável fazer o que o primeiro-ministro anunciou", defendeu Rui Rio.
Se estava mal, com esta prestação na AR, Centeno ainda ficou pior. Não tem condições para continuar! Mal vai um PM que mantém um Ministro que não lhe foi leal, que tem a crítica pública do PR, que a bancada do PS não defendeu e que diz ser irresponsável fazer o que o PM anunciou.
— Rui Rio (@RuiRioPSD) May 13, 2020
Minutos depois desta publicação, e em declarações aos jornalistas no Parlamento, o líder do PSD considerou, aliás, que Mário Centeno já não devia apresentar esta quinta-feira o Programa de Estabilidade.
Em causa, recorde-se, está a transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução destinado à recapitalização do Novo Banco. Esta operação ocorreu na véspera do debate quinzenal com o primeiro-ministro no Parlamento e, quando Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, questionou sobre o assunto, António Costa respondeu que tal só iria acontecer depois de se conhecerem os resultados da auditoria em curso ao banco. Afinal, o líder do Governo não tinha sido ainda informado, facto pelo qual pediu desculpa ao BE.
Os 850 milhões de euros foram transferidos para o Fundo de Resolução sob a forma de um empréstimo, que injetou 1037 milhões de euro no Novo Banco. O dinheiro destina-se a compor as contas do Novo Banco de 2019.
[Notícia atualizada às 13h35]
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