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Rio pede demissão de Centeno. "Não tem condições para continuar!"

O presidente do PSD acaba de pedir a demissão do ministro das Finanças, através de um tweet. Alguns minutos mais tarde, reiterou as suas declarações, numa conferência de imprensa dada a partir da Assembleia da República e ainda disse que Mário Centeno já não devia apresentar, amanhã, o Programa de Estabilidade.

Rio pede demissão de Centeno. "Não tem condições para continuar!"
Notícias ao Minuto

19:01 - 13/05/20 por Notícias Ao Minuto

Política Novo Banco

O líder do PSD, Rui Rio, pediu esta quarta-feira a demissão do ministro das Finanças, Mário Centeno, por este não ter sido "leal" com o primeiro-ministro, António Costa, e por ter ficado ainda mais fragilizado, depois da audição parlamentar de hoje sobre o Novo Banco.

"Se estava mal, com esta prestação na AR, Centeno ainda ficou pior. Não tem condições para continuar! Mal vai um PM que mantém um Ministro que não lhe foi leal, que tem a crítica pública do PR, que a bancada do PS não defendeu e que diz ser irresponsável fazer o que o PM anunciou", defendeu Rui Rio num tweet.

A polémica estalou quando Mário Centeno autorizou uma transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco sem dar conhecimento a António Costa.

Esta quarta-feira ministro das Finanças e o secretário de Estado Mourinho Félix deram explicações ao Parlamento, mas nem o Partido Socialista defendeu os governantes.

Para piorar a situação, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a posição do primeiro-ministro no Parlamento e deu um puxão de orelhas público a Mário Centeno,  à margem de ma visita à Autoeuropa.

"Havendo, e bem, uma auditoria cobrindo o período até 2018 - a auditoria que tinha pedido há um ano -, faz todo o sentido o que disse o senhor primeiro-ministro no Parlamento: é politicamente diferente o Estado assumir responsabilidade dias antes de se conhecer as conclusões de uma auditoria, ou a auditoria ser concluída dias antes de o Estado assumir responsabilidades", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa, lembrando que estava anunciado para maio o processo conclusivo da auditoria (cobrindo 2000-2018) ao Novo Banco.

Rio defende que Centeno já "não devia apresentar" programa de estabilidade

Alguns minutos mais tarde, depois de ter afirmado nas redes sociais que o ministro das Finanças,  à luz dos desenvolvimento desta quarta-feira, sobre a injeção de capital no Novo Banco, não tem condições para continuar no Governo, Rui Rio reiterou, em direto, a partir da Assembleia da República, que a situação tem de ter consequências políticas e que Mário Centeno deve ser afastado.

"A minha opinião face ao que aconteceu hoje no Parlamento é manifesto que o ministro das Finanças não tem condições para continuar”, afirmou o líder do PSD, ao final desta tarde, em conferência de imprensa.

Questionado sobre o silêncio de António Costa sobre a polémica, Rio disse que compreende "o silêncio do primeiro-ministro, se for de algum tempo, se for para refletir", mas que deixará de entender "se demorar muito".

Já sobre a apresentação do Programa de Estabilidade, marcada para amanhã, o líder do PSD defendeu que esta já não deve ser feita por Mário Centeno. "Eu pessoalmente acho que não tem, mas veremos se ele vem ou não, veremos quem é que o Governo manda amanhã para o Programa de Estabilidade", atirou.

Sobre o impacto que a saída de um ministro das Finanças pode ter, num país que está a passar pela pandemia do novo coronavírus e à beira de uma crise económica, Rui Rio admitiu que "teme" o impacto e que "evidente que isto não é desejado", mas sublinhou que, "se tivesse sido há um mês, talvez fosse pior" e garantiu: "O ministro das Finanças colocou-se uma situação absolutamente insustentável".

E, antes de concluir a intervenção, Rio voltou a sublinhar que Mário Centeno "não tem condições para continuar" no Governo e que será "uma má decisão" se António Costa o mantiver no executivo.

Em causa está a transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução destinado à recapitalização do Novo Banco. Esta operação ocorreu na véspera do debate quinzenal com o primeiro-ministro no parlamento e, quando Catarina Martins, do BE, questionou sobre o assunto, António Costa respondeu que tal só iria acontecer depois de se conhecerem os resultados da auditoria em curso ao banco. Afinal, o líder do Governo não tinha sido ainda informado, facto pelo qual pediu desculpa ao BE.

Os 850 milhões de euros foram transferidos para o Fundo de Resolução sob a forma de um empréstimo, que injetou 1037 milhões de euro no Novo Banco. O dinheiro destina-se a compor as contas do Novo Banco de 2019.

 

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