Demissão de Matos Santos. "CDS é a fronteira de todos os extremismos"
Partido confirma que Abel Matos Santos apresentou a renúncia de vogal da comissão executiva, cargo que ocupava há pouco mais de uma semana, e reitera a "tradição política em que o CDS, inquestionavelmente, se insere".
© Global Imagens
Política CDS
A comissão executiva do CDS confirma, numa nota enviada à imprensa, que Abel Matos Santos apresentou a renúncia ao cargo de vogal que ocupava no órgão há pouco mais de uma semana.
Na nota, a comissão executiva enaltece que o CDS "é fronteira de todos os extremismos, farol dos valores da democracia cristã, do humanismo personalista e do primado da dignidade da pessoa humana".
Valores esses que, prossegue a comissão executiva, "foram reafirmados na moção vencedora do 28.º Congresso", "servem de guia e de limite à nossa ação política" e a "todos vinculam".
Assim, e na sequência da primeira reunião da comissão executiva, "o CDS informa que Abel Matos Santos apresentou a sua renúncia do cargo de vogal (...) não permitindo que as suas afirmações passadas possam suscitar dúvidas sobre a tradição política em que o CDS, inquestionavelmente, se insere", frisa, por fim, o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos.
Abel Matos Santos, sublinhe-se, foi alvo de críticas depois de terem vindo a público afirmações nas quais elogiou Salazar e a PIDE e apelidou de “agiota dos judeus” o cônsul de Portugal em Bordéus, Aristides Sousa Mendes, que ajudou a salvar milhares de judeus durante a II Guerra Mundial.
As afirmações levaram o antigo governante centrista Pires de Lima a desafiar o presidente do partido a retirar a confiança política de Abel Matos Santos, o rosto da Tendência Esperança em Movimento (TEM) que fez oposição interna a Assunção Cristas.
Na sequência da polémica, na sexta-feira passada, o CDS assinalou que as declarações que vieram a público tinham apenas o objetivo de "prejudicar" o partido.
“Sobre as suas afirmações antigas, algumas com mais de 10 anos, agora repristinadas apenas com o firme propósito de prejudicar todo o CDS, a forma pública como se distanciou do rótulo ignóbil que lhe quiseram colar é já clarificadora: a direcção do CDS regista a mensagem cristalina que dirigiu hoje [sexta-feira passada] pessoalmente à Comunidade Israelita de Lisboa, na qual reafirma o seu empenho em honrar a história do povo judeu e a memória dolorosa do Holocausto”, sublinhava a nota.
Apenas quatro dias depois deste comunicado, eis que Abel Matos Santos apresentou a demissão que, sabe o Notícias ao Minuto, foi aceite.
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