"Que fique claro, o CDS combate todos os extremismos e totalitarismos"
O deputado João Almeida saiu esta terça-feira em defesa do partido sublinhando que o CDS combate todos os extremismos e totalitarismos. "Não é uma questão de direções, é uma questão de princípios e identidade das bases", realça.
© Global Imagens
Política CDS
O deputado centrista João Almeida utilizou a página de Facebook para defender o CDS, numa altura em que o partido, cuja nova direção foi eleita há menos de dez dias, tem sido alvo de críticas, especialmente depois de terem vindo a público declarações em que o dirigente Abel Matos Santos elogiava publicamente tanto Salazar como a PIDE.
Numa das afirmações, proferidas entre 2012 e 2015, o dirigente apelidara de “agiota dos judeus” o cônsul de Portugal em Bordéus, Aristides Sousa Mendes, que ajudou a salvar milhares de judeus durante a II Guerra Mundial.
Esta terça-feira, e depois de um cartoon publicado na imprensa no último domingo, em que é representada a evolução do símbolo do CDS, João Almeida quis demarcar-se desta leitura, considerando-a inclusive "insultuosa" por culminar numa representação do símbolo nazi.
Sem se referir em concreto ao cartoon, o deputado, que foi derrotado por Francisco Rodrigues dos Santos na corrida à liderança do partido, disse não republicar imagens que considera "insultuosas para o CDS".
"Mas que fique bem claro, o CDS combate todos os extremismos e totalitarismos. Sempre combateu e continuará a fazê-lo no futuro. Não é uma questão de direções, é uma questão de princípios e identidade das bases", defendeu, realçando ainda que a matriz do partido "é o humanismo personalista e é aí que estaremos sempre".
Cartoon da autoria de Cristina Sampaio© Reprodução
Na passada sexta-feira, recorde-se, a Comissão Executiva reforçou a confiança no dirigente Abel Matos Santos através de um comunicado à imprensa em que sublinhava que o CDS é “um partido humanista, personalista, profundamente tributário dos princípios democráticos, da obediência ao primado da dignidade da pessoa humana, da tolerância, e do respeito pelos povos”, e que “não há espaço para o racismo, para a xenofobia, para o anti-semitismo, para a intolerância ou para qualquer saudosismo de regimes que não assentem na liberdade”.
Abel Matos Santos “é também um reflexo desse espírito” e as declarações que vieram agora a público têm apenas o objetivo de "prejudicar" o partido, lia-se na nota.
“Sobre as suas afirmações antigas [de Abel Matos Santos], algumas com mais de 10 anos, agora repristinadas apenas com o firme propósito de prejudicar todo o CDS, a forma pública como se distanciou do rótulo ignóbil que lhe quiseram colar é já clarificadora: a direcção do CDS regista a mensagem cristalina que dirigiu hoje pessoalmente à Comunidade Israelita de Lisboa, na qual reafirma o seu empenho em honrar a história do povo judeu e a memória dolorosa do Holocausto”, defendeu o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos.
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