O IX Congresso do Livre, que decorre no Centro Cívico Edmundo Pedro, em Lisboa, elege, por voto secreto, o Grupo de Contacto (direção do partido), o Conselho de Jurisdição e a Assembleia -- órgão máximo entre congressos. Os resultados serão divulgados no domingo.

Foi a Filipe Honório que coube a tarefa de apresentar os objetivos da única lista que concorre ao Grupo de Contacto e o candidato assinalou que esta candidatura "é um reflexo da experiência acumulada na jovem vida deste partido, e é também um passo na renovação, no alargamento, na abertura que este partido tem sempre de manter".

A lista candidata recusa estar dependente de "fatores externos" e "lideranças partidárias", acrescentou.

"O Livre nasceu sob um movimento de cidadania que estava desencantada, que estava frustrada, que estava desiludida. O movimento deu depois lugar ao partido, mas não se enganem, o movimento nunca saiu do partido", sublinhou.

Filipe Honório salientou igualmente que "este é o movimento que vai além da espuma dos dias, pensa o futuro" e "vai até além da sua representação, que assume essa responsabilidade".

"Este é um movimento que não é de ninguém, este é um movimento político que se abre à sociedade sem medos, sem recusas", prosseguiu, notando que "o Livre é o partido partilhado do século XXI".

De acordo com o candidato, o Livre não está dependente "de fatores externos nem de lideranças partidárias" e "quem está no Livre tem a vontade inata de discutir e de fazer proposta política".

"Somos republicanos, somos feministas, somos antirracistas, somos libertários, viemos pela esquerda, assumimos o lugar que os portugueses nos peçam para ter, sem medos, sem hesitações", vincou Filipe Honório.

O candidato apontou ainda que "o Livre é o partido da esquerda portuguesa que vive na moderação", mas os seus membros têm noção "que é visto como um partido radical".

A lista candidata ao Grupo de Contacto é composta por 15 elementos: Isabel Rendeiro Marques Mendes Lopes, Filipe Alexandre Fernandes Honório, Ana Filipa Guerra de Morais e Castro, Carlos Manuel Guilherme Lage Teixeira, Patrícia Carla Serrano Gonçalves, Tomás Perestrelo de Vasconcelos Cardoso Pereira, Filipa Maria Gonçalves Pinto, António Pedro Mendonça Vieira, Ana Isabel Cerqueiro Militão Caetano Raposo Marques, Henrique Taveira Couto Guedes Vasconcelos, Maria Ofélia Passinhas Janeiro, Pedro Miguel Nunes Rodrigues, Safaa Rachid El Dib, João Filipe Lourenço Monteiro, Teresa Salomé Alves da Mota.

De seguida, Cláudia Silva, que é membro do atual Conselho de Jurisdição e candidata a mais um mandato, fez uma apresentação da única lista candidata e apontou que este órgão vai pautar-se por "princípios de ética e transparência".

O próximo Conselho de Jurisdição compromete-se igualmente a "responder de modo claro, rigoroso, objetivo e imparcial às questões" que lhe forem apresentadas.

"Todas as questões colocadas serão alvo de análise ponderada antes da deliberação", assegurou Cláudia Silva.

Ricardo Sá Fernandes, também ele recandidato ao Conselho de Jurisdição, sublinhou que "uma eleição para um órgão desta natureza vale sobretudo pelas pessoas".

O advogado assinalou que "neste momento do partido é muito importante o valor da tolerância" para ultrapassar a "grave crise" que o partido atravessa, mas mostrou-se convicto de que o Livre será capaz de "sair por cima".

Além de Ricardo Sá Fernandes e Cláudia Silva, são também candidatos ao Conselho de Jurisdição Leonor Caldeira, Bernardo Rosa Rodrigues, Luís Romeu, Aurora Cerqueira, Manuel Barbosa Lopes, Geiziely Fernandes, Miguel Conde, Florbela Carmo e André Nóbrega.

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