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Costa ataca discurso anti-impostos e quer convergência com UE

O primeiro-ministro afirmou hoje que mente aos portugueses quem faz discursos "anti-impostos" e exige depois melhor Estado social em Portugal, contrapondo que o seu objetivo é a convergência social de Portugal com a União Europeia.

Costa ataca discurso anti-impostos e quer convergência com UE
Notícias ao Minuto

18:13 - 13/11/19 por Lusa

Política Debate quinzenal

António Costa assumiu estas posições no debate quinzenal na Assembleia da República, depois de intervenções da vice-presidente da bancada socialista Marina Gonçalves e do coordenador do Grupo Parlamentar do PS para os assuntos de trabalho, Tiago Barbosa Ribeiro.

Já na parte final do debate, o primeiro-ministro reagiu a discursos críticos da carga fiscal em Portugal antes feitos pelo CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal.

"Para todos aqueles que gostam de diabolizar o peso e a importância dos impostos é preciso ter em conta que esses impostos são aquilo que efetivamente permite ao país modernizar-se. Se Portugal tem hoje melhores infraestruturas, foi porque todos contribuímos com os impostos; se nós hoje temos um programa de incentivos por parte das empresas, é porque os nossos impostos contribuem para termos esses incentivos; e se temos melhores serviços nos transportes, na educação ou na saúde, é porque contribuímos para isso com os nossos impostos", argumentou o primeiro-ministro.

Depois, António Costa lançou o ataque à chamada direita política: "Aqueles que simultaneamente dizem que querem melhor educação e saúde com menos impostos estão a mentir aos portugueses".

"Com menos impostos não há melhor saúde nem melhor educação", defendeu, antes de frisar que o objetivo de Portugal de convergência com a União Europeia não é apenas de ordem financeira, mas, sobretudo, de ordem social.

Antes, o primeiro-ministro considerou prioritário que Portugal resolva o problema de ter agora no mercado de trabalho jovens qualificados com cerca de 25 anos com um salário real nesta fase de início de carreira bastante inferior àquele que beneficiou na altura a atual geração entre os 50 e os 60 anos.

Neste ponto, insistiu na necessidade de "espírito de compromisso não apenas no parlamento, mas em toda a sociedade portuguesa", tendo em vista que o país "prossiga uma trajetória "virtuosa" com base "numa ação articulada entre Estado, empresas e trabalhadores".

Num discurso de ataque político, o deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro referiu-se às reservas antes levantadas pelo PSD face à evolução do salário mínimo, desafiando o presidente deste partido, Rui Rio, "a perguntar aos trabalhadores que na anterior legislatura tiveram um aumento de 20% do seu salário mínimo (contra a opinião dos sociais-democratas e do CDS-PP) se não melhoraram a sua vida".

"Sabemos que há partidos que não gostam do salário mínimo, que quando governam dificultam os seus aumentos, que quando estão na oposição contestam cada melhoria e que acham sempre que o salário mínimo vai ser prejudicial à economia, mas que, certamente, nunca conseguiriam viver com o seu valor. Eles são os adeptos da mão invisível e do mercado sem regras desde que a selva seja para os outros", acusou o coordenador da bancada socialista para as questões do trabalho.

Depois, Marina Gonçalves identificou "dois pilares" essenciais na política de rendimentos nos próximos quatro aos, o primeiro dos quais relacionado com a "valorização dos jovens qualificados".

A vice-presidente da bancada do PS sustentou ainda que é essencial a concretização do princípio "trabalho igual salário igual", tendo em vista "debelar as assimetrias ainda existentes no plano remuneratório, nomeadamente entre homens e mulheres".

"Importa ainda articular medidas de conciliação da vida profissional, pessoal e familiar", acrescentou.

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