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PS "não mudou". PCP alerta para perigo de socialistas com "mãos livres"

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje que o PS "não mudou" e alertou que, se os socialistas tiverem "as mãos completamente livres", haverá riscos de retrocessos nos direitos conquistados na atual legislatura.

PS "não mudou". PCP alerta para perigo de socialistas com "mãos livres"
Notícias ao Minuto

17:14 - 02/06/19 por Lusa

Política Jerónimo de Sousa

"O PS não mudou, não alterou a sua natureza nem o seu vínculo à política de direita. O PS que vimos nesta nova fase da vida política nacional é um PS moldado às circunstâncias, onde pesou uma nova correlação de forças na Assembleia da República e, particularmente, a ação e intervenção do PCP e da CDU", defendeu hoje o líder comunista, num comício em Queluz (Sintra).

Para Jerónimo de Sousa, "é dessas circunstâncias que o PS se quer libertar para regressar sem condicionamentos à política que ao longo de mais de 40 anos executou", apontando o Programa de Estabilidade recentemente apresentado para o confirmar.

"Não será pelas mãos do PS que o caminho da defesa e avanço na conquista de direitos prosseguirá, fica mesmo evidente que, se o PS tiver as mãos completamente livres, o que foi alcançado corre o risco sério de andar para trás", avisou.

Jerónimo de Sousa referiu ainda que foi "na convergência com PSD e CDS que o PS encontrou apoio para todas as medidas contrárias aos interesses do povo e do país", dando como exemplos "os milhões concedidos à banca" ou o que chamou de "falso programa de descentralização autárquica".

"O PS não hesitará, se tiver condições para tal, em colocar as imposições e constrangimentos da União Europeia à frente das respostas aos trabalhadores e ao povo", disse, acusando o primeiro-ministro, António Costa, de usar "os mesmos argumentos, as mesmas justificações de Passos e Portas", referindo-se os anteriores líderes de PSD e CDS-PP que governaram o país entre 2011 e 2015.

O líder comunista considerou que as legislativas do próximo dia 06 de outubro serão "o momento decisivo para determinar o rumo da vida política nacional para os próximos anos" e referiu-se aos resultados negativos do partido nas europeias como "sinal de alerta" para a escolha a fazer nas próximas eleições.

"Os resultados das últimas eleições para o Parlamento Europeu devem constituir um sinal de alerta para todos quantos têm nas suas mãos o poder de decidir: se querem, com o reforço da CDU, fazer avançar o país e as suas vidas ou se querem correr o risco de perder o que se alcançou em direitos, salários e pensões e reformas", alertou.

Reconhecendo que os resultados das eleições europeias de há uma semana ficaram "aquém" das expectativas e do trabalho dos eleitos da CDU -- a coligação PCP/PEV foi a quarta força política, com 6,88% dos votos, e perdeu um eurodeputado -, Jerónimo de Sousa voltou a atribuí-los a uma "vasta e calculada campanha anticomunista" alimentada por "uma certa comunicação social".

"Desenganem-se os agoirentos do costume e os coveiros encartados que há anos anunciam o fim do PCP", disse, reiterando que os comunistas partem para as eleições de outubro com "determinação e confiança".

Apesar das críticas ao PS, Jerónimo de Sousa elencou o que classificou de "importantes avanços" alcançados na atual legislatura -- em que o PCP, tal como BE e PEV, assinou uma posição conjunta que permitiu viabilizar um governo minoritário socialista.

"Quantos há três anos e meio julgariam que estes avanços eram possíveis?", questionou, referindo-se, em particular, à gratuitidade dos manuais escolares até ao 12.º ano e ao alargamento e redução dos passes sociais.

O líder comunista contrapôs, contudo, que há ainda muitos problemas por resolver.

"Por muito que o PS e o seu Governo queiram mostrar que encontraram a fórmula da solução da quadratura do círculo -- ou seja, a compatibilização do cumprimento de ditames europeus com a solução de problemas nacionais -- aí está para o desmentir a degradação dos serviços públicos de transporte, a degradação do serviço Nacional de Saúde, da Segurança Social", criticou.

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