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A 'escuteira' número dois do PSD que não "fecha portas" no partido

A jovem número dois da lista do PSD às europeias, Lídia Pereira, invoca a máxima "uma vez escuteira, sempre escuteira" para assegurar estar na política "para servir" e não fecha portas a outros cargos no partido no futuro.

A 'escuteira' número dois do PSD que não "fecha portas" no partido
Notícias ao Minuto

11:25 - 19/05/19 por Lusa

Política Europeias

"Fui escuteira, e 'uma vez escuteira, sempre escuteira'. Cresci neste ambiente, sempre alerta para servir, para dar aos outros, e é assim que estou na política", afirmou, numa breve entrevista à Lusa, durante a campanha para as eleições ao Parlamento Europeu de 26 de maio.

Presença constante na campanha de Paulo Rangel, a economista de Coimbra de 27 anos e atual presidente da juventude do Partido Popular Europeu (YEPP) foi a 'surpresa' que o presidente do PSD, Rui Rio, incluiu na lista às europeias, e durante a campanha tanto tem andado ao lado de Paulo Rangel durante os contactos com as populações, como já avança sozinha na abordagem de rua ou tem agenda autónoma em alguns dias.

No final de mais uma arruada de campanha do PSD, Lídia Pereira falou à Lusa na carrinha pão de forma às riscas laranja e brancas da Juventude Social-Democrara - batizada como 'Celeste' - que simboliza a campanha diferenciada que esta estrutura quer fazer, e na qual são transportados os 'brindes' próprios da candidata: óculos de sol e cantis reutilizáveis, enquadrados numa das suas principais preocupações -- o ambiente.

Questionada sobre as suas expectativas no PSD para o futuro, Lídia Pereira, economista de formação e mestre em Estudos Europeus, considera que "não faz sentido fechar portas aos 27 anos".

"Há cinco anos não imaginaria que em 2019 ia estar onde estou, com humildade vou vivendo um dia de cada vez. Gosto muito de política, para mim a política é servir", acentua.

Confessando não saber o que o futuro lhe reserva no PSD, assegura que estará "ao serviço do partido, e sempre ao serviço de Portugal e da União Europeia".

"Sou portuguesa e europeia", afirma a candidata, que desde 2013 poucos meses esteve em Portugal, entre uma experiência de Erasmus, o mestrado na Bélgica e o estágio no Banco Europeu de Investimento, no Luxemburgo, seguido de uma experiência profissional neste país e depois na Bélgica.

Atualmente está de licença sem vencimento na consultora internacional onde trabalha e, quando tomar posse como eurodeputada, vai dedicar-se a 'full time' ao Parlamento Europeu.

O convite para integrar a lista do PSD surgiu em março na Universidade Europa, uma iniciativa do partido e do PPE, mas a indicação de que seguiria logo a seguir ao cabeça de lista apanhou-a de surpresa numa bomba de gasolina.

"Vejo o telefone a tocar e vejo que é o dr. Rui Rio. 'É melhor atender', pensei. Nem sequer tive tempo de avisar a minha mãe e de repente o anúncio estava feito", conta, confessando que o lugar cimeiro na lista a deixou "muito surpreendida" e espera que possa levar mais jovens a interessar-se pela política.

"Eu gostava que fizesse a diferença, a ideia desta campanha mais autónoma é nesse sentido, captar a atenção dos jovens", defende.

Não concorda com a ideia de que os mais novos não se mobilizam, mas considera que as causas da nova geração "é que são diferentes", elegendo a defesa do ambiente e o combate à corrupção como os temas que considera interessarem mais às pessoas da sua idade.

"Os políticos têm de liderar pelo exemplo e não podem ter a ficha manchada (...) As pessoas estão fartas e se os políticos não perceberem que a corrupção está de facto a minar a nossa democracia...", alerta, considerando que os partidos tradicionais como o PSD têm "uma responsabilidade brutal" em defender estas causas para tentar travar o crescimento dos extremismos.

Na maior parte dos dias faz campanha de calças de ganga e ténis -- com uma 'sweat-shirt' nos dias mais frios que se fizeram sentir no interior centro -, e apesar de não acompanhar os 'jotinhas' nos cânticos nas ações de rua -- "para não ficar rouca" -- confessa que até ajudou a construir algumas das rimas.

Além dos brindes, entrega sempre com quem se cruza um postal com um resumo de algumas ideias do manifesto eleitoral e confia que haverá muitos que o leem.

"Veem a fotografia, viram-no e como é curtinho...", diz.

Nos dias em que não acompanha a caravana de Paulo Rangel, Lídia Pereira cumpre uma agenda autónoma, que pode passar por visitas a 'start ups' ou entidades mais ligadas aos jovens.

Já fez campanhas para outros candidatos - há cinco anos nas europeias com o candidato de Coimbra, Luís Viegas Cardoso, e depois nas autárquicas de 2017 -, mas na primeira experiência como uma das protagonistas elege a "boa dinâmica" da equipa e com os outros colegas da lista como o melhor desta experiência.

A parte menos positiva é a desconfiança e até alguma agressividade com que algumas pessoas reagem quando são abordadas na rua, com o discurso de que "os políticos não são todos iguais".

Ainda assim, a maioria das reações é positiva, diz, e apesar de ainda ser desconhecida de quase todos, já há algumas pessoas na rua que a reconhecem como "a menina do cartaz".

Também já lhe apontaram na rua algumas semelhanças com a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, que conhece, mas assegura que têm "estilos diferentes".

"Mas uma mulher na política é sempre bom", afirma, elogiando a paridade nas listas do PSD "sem necessidade de quotas".

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