Meteorologia

  • 27 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 11º MÁX 17º

PS acusa Rui Rio de ter "humilhado" bancada do PSD

O PS acusou esta quarta-feira o presidente do PSD de ter "humilhado" os deputados sociais-democratas e revelar "letal irresponsabilidade", quando considera impossível fazer as contas do impacto financeiro resultante do descongelamento integral do tempo de serviço dos professores.

PS acusa Rui Rio de ter "humilhado" bancada do PSD
Notícias ao Minuto

17:57 - 08/05/19 por Lusa

Política Partidos

Estas críticas foram feitas por Porfírio Silva, membro do Secretariado Nacional do PS e deputado da Comissão de Educação e Ciências, em plenário parlamentar, durante o período de declarações políticas.

Referindo-se à entrevista dada pelo líder social-democrata, na terça-feira à noite, à TVI, Porfírio Silva afirmou que Rui Rio está "perdido no seu labirinto", ao sustentar não ser possível aferir o impacto financeiro decorrente da contabilização dos nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço dos docentes.

"Isso apenas quer dizer que Rui Rio não fez as contas - e isso talvez explique a dose letal de irresponsabilidade que assumiu neste processo. Mas, verdadeiramente, Rui Rio tem-se revelado aos portugueses nestes últimos dias. Para disfarçar as trapalhadas em que se meteu afirma, contra aquilo que todos puderam ver, que não houve votação nenhuma - mas houve", contrapôs.

Porfírio da Silva insistiu que "houve votação" na quinta-feira, em sede de comissão, para a contabilização total do tempo de serviço dos professores e que "a vice-presidente da bancada [Margarida Mano] veio, no fim, ufana, declarar tratar-se de um processo onde o PSD se orgulha de ter sido o partido fundamental".

"Agora, onde realmente se revela a fibra de um político, é quando [Rui Rio] não hesita em tentar construir uma cortina de fumo, lançando lama sobre o parlamento, humilhando os deputados do seu próprio partido, que, segundo a comunicação social, estiveram sempre ao telefone com ele durante a reunião. E dizendo que os trabalhos da Comissão de Educação foram uma confusão, como sempre, procurando dar a ideia de que ninguém sabia bem o que estava a fazer, que ninguém sabia o que tinha sido votado - mas a verdade é que todos sabíamos bem o que tínhamos votado, nomeadamente os que vieram cantar vitória aos microfones", apontou o dirigente socialista.

Num discurso que constituiu um ataque cerrado ao PSD, Porfírio Silva acusou os sociais-democratas de terem "um duplo objetivo: iludir os professores e lançar as bases de um novo ataque à escola pública".

"O PSD antecipa os quase três anos de recuperação de tempo de serviço previstos pelo Governo, com aumento de despesa no imediato, e, ao mesmo tempo, simula que reconhece os nove anos, mas adia para as calendas gregas o seu pagamento e quer financiar esta medida voltando a despedir professores", criticou.

Porfírio Silva alertou também para as consequências de uma eventual aprovação das condicionantes financeiras propostas pelos sociais-democratas, das quais dependeria anualmente a recuperação ou não de tempo de serviço dos professores.

Segundo o dirigente socialista, com esta medida, "o PSD quer infernizar permanentemente a vida da escola pública, impondo que este seja tema único de negociação ano após ano, alimentando uma crispação permanente, absolutamente prejudicial à escola pública e aos próprios professores, que estão cansados de serem tratados como se houvesse qualquer conflito de interesses entre os docentes e o país que eles servem todos os dias".

"O PS e o Governo não podiam acomodar-se a esse golpe. Por isso, o primeiro-ministro [António Costa] alertou claramente o país para o que estava em causa, porque a insustentabilidade financeira de uma medida vai sempre a par da sua insustentabilidade social. O primeiro-ministro foi leal com os portugueses e isso só pode merecer o nosso apoio", acrescentou.

Na sua intervenção, Porfírio Silva procurou ainda justificar a razão pela qual o PS rejeita o argumento da comparação com a solução adotadas pelos governos regionais da Madeira e dos Açores em relação aos professores.

"As regiões autónomas não têm a responsabilidade financeira pelas outras carreiras especiais, nem pelas aposentações, e, portanto, o impacto financeiro não é comparável. Aos que dizem: pagam para o ano o compromisso assumido este ano, nós respondemos que isso é uma tremenda irresponsabilidade", declarou.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório