Recuperando as declarações do antigo líder do Executivo socialista, José Sócrates, à edição de sábado passado do semanário Expresso, Vasco Pulido Valente, escreve um contundente artigo de opinião no Público.
“Para José Sócrates a classificação de quem o contraria é simples”, começa por escrever o cronista, “o PSD é um conjunto de ‘pulhas’ e de ‘filhos da mãe’ (…) e em geral ‘a Direita é hipócrita’. Santana é um ‘bandalho’. Teixeira dos Santos teve ‘uma atitude connosco’, ou seja, com ele. Shäuble, o ministro das Finanças da Alemanha, é um ‘estupor’. E por aí fora. De resto, Sócrates, quando falhou, (e na opinião dele quase nunca falhou) não teve nunca a mais vaga responsabilidade ou culpa (…)”.
Na sequência deste exercício de revisitação, questiona Vasco Pulido Valente: “Vale a pena repetir o que toda a gente já sabe?”, e, responde de seguida, “vale, porque este ‘chefe’ (como ele mesmo se descreve) e este acrisolado democrata (como ele se declara) saiu do assento etéreo onde subira, com um saco de ressentimento e ódio, que excede (…) o de qualquer político”.
Posto isto, considera o cronista, “dar uma réstia de poder a semelhante criatura seria inaugurar uma campanha de represálias contra Portugal em peso, (…) principalmente contra o povo que que não votou por ele em 2009”.
“Ora Sócrates, protestando o seu desinteresse pela vida pública, (…) com a convicção de um de um adolescente analfabeto, pensa abrir caminho para um memorável ajuste de contas”, avisa Pulido Valente.
Por fim, concretiza, “o extraordinário não é que Sócrates se leve a sério, o extraordinário é que o levem a sério”.