Geringonça: O "fim do caminho" está à vista, diz Vital Moreira
A estabilidade que Costa quis perpetuar com a remodelação do Governo é, aos olhos de Vital Moreira, o princípio do fim da Geringonça.
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Política Governo
Três novos ministros e quatro novos secretários de Estado. Este foi o balanço da quarta remodelação ministerial do Governo de continuidade de António Costa. Apesar das mudanças, o chefe do Executivo sublinhou que o Governo se manterá “onde sempre esteve”. Nem mais à Esquerda, nem mais à Direita, o Governo de Costa manter-se-á fiel à sua génese identitária.
Apesar de o secretário-geral do Partido Socialista ter pretendido timbrar uma ideia de estabilidade, no entendimento de Vital Moreira, a saída de Pedro Nuno Santos da Secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares, para ser empossado ministro das Infraestruturas e da Habitação, “marca simbolicamente o fim da Geringonça”. O atual ministro foi, como defende Vital Moreira no blogue ‘Causa Nossa’, “a alma operacional das laboriosas relações com os parceiros parlamentares do Governo”.
O professor universitário sublinha ainda o facto de, “com o clima eleitoral prematuramente instalado”, serem “já evidentes os sinais de que a esquerda da Esquerda, não somente estimula a flagelação do Governo no plano da contestação social, mas também vai utilizar a batalha eleitoral para disputar ao PS a autoria e os méritos dos ganhos deste Governo em termos de emprego, direitos, rendimentos e prestações sociais”.
Depois, acrescenta ainda, “sendo as eleições europeias as primeiras a ser disputadas", já em maio, estas irão evidenciar “as profundas e insanáveis diferenças entre o PS e os seus conjunturais parceiros quanto à integração europeia, ao euro e às políticas da União, mostrando a impossibilidade de uma aliança consistente”.
O político frisa também que “com o abrandamento do crescimento económico e a consequente redução da margem orçamental para aumentar a despesa pública”, deixarão de estar reunidas “as condições para continuar a financiar as dispendiosas medidas em que o êxito da Geringonça assentou”. Ora, “desaparecido esse cimento ‘venal’, não se vê o que a pode manter unida”.
Acresce ainda que, aos olhos do ex-eurodeputado do PS , “a Geringonça não constitui propriamente o ambiente político mais propício para levar a cabo as reformas institucionais de que o país carece e em que o PS deve estar empenhado, não devendo ser adiadas por mais uma legislatura”. Assevera Vital Moreira, neste contexto, que “não é por acaso que a única reforma institucional de tomo conseguida nesta legislatura, a da descentrazalição territorial nos municípios, foi acordada com o PSD, à margem da Geringonça...”.
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