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Diesel? Estado não deve aconselhar, "deve dar uma alternativa"

A coordenadora do BE advertiu hoje o ministro do Ambiente que a responsabilidade do Estado sobre as alterações climáticas não é explicar às pessoas que carro devem comprar, mas dar uma alternativa de transporte coletivo não poluente, a ferrovia.

Diesel? Estado não deve aconselhar, "deve dar uma alternativa"
Notícias ao Minuto

13:32 - 04/02/19 por Lusa

Política Catarina Martins

Em entrevista publicada na semana passada no Jornal de Negócios, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, afirmou ser "muito evidente que quem comprar um carro 'diesel' muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca".

A coordenadora do BE falava aos jornalistas durante uma visita à Feira de Espinho, distrito de Aveiro, durante as jornadas parlamentares do partido, que começaram hoje de manhã cedo precisamente com uma viagem de comboio na Linha do Vouga, entre São João de Ver e Espinho.

"Numa altura em que vemos o ministro do Ambiente a pronunciar-se sobre o carro individual e como é que as pessoas devem ou não pensar as suas opções de transporte individual, é bom lembrar que a responsabilidade de um Estado para com as alterações climáticas não é cobrar às pessoas o carro que podem ou não comprar, mas sim dar-lhes uma alternativa de transporte coletivo não poluente, essa alternativa é a ferrovia", defendeu Catarina Martins, em declarações aos jornalistas.

"Já foram aprovados vários projetos do BE sobre investimento na ferrovia. A linha do Vouga é só mais um desses projetos que não está a ser executado. É necessário executar rapidamente o investimento no que é essencial e o transporte ferroviário é o da coesão do país", pediu.

O programa de investimentos, apontou Catarina Martins, "pode ter servido para ligar PS e PSD, mas não serviu para ligar o país pela ferrovia porque os transportes ferroviários que podem servir as populações todos os dias foram esquecidos".

"Demos como exemplo a Linha do Vouga, que está muito degradada, que não está ligada à Linha do Norte e portanto faz muito pouco serviço ferroviário daquele que era necessário para unir as populações", criticou.

O exercício proposto pela líder bloquista foi imaginar que se tinha feito "com a Linha do Vouga o mesmo que foi feito com a Linha de Guimarães quando ela passou a ligar-se ao Porto e passou de 300 mil passageiros para dois milhões de passageiros".

"Imaginem que nós ligávamos estas pequenas linhas ferroviárias em todo o país e o transporte ferroviário passava a ser uma opção que todas as famílias podiam ter. Aí sim estaríamos a trabalhar pelo desenvolvimento do país, sobre as alterações climáticas porque aí sim retirávamos carros das estradas, diminuíamos as emissões poluentes, fazíamos reconversão energética", concretizou.

Antes, à saída do Vouginha, que transportou todo o grupo parlamentar do BE, o líder da bancada bloquista, Pedro Filipe Soares, já tinha criticado a falta de investimento na ferrovia e as opções do Ferrovia 2030 por, por exemplo, ter deixado de fora a ligação entre a Linha do Vouga à Linha do Norte, prometendo que este será um tema que o partido levará à discussão do Programa de Investimentos 2030, proposto pelo Governo.

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