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Aliança liga tragédia a falta de recursos por obediência cega a Bruxelas

A Aliança relacionou hoje o acidente de Borba com a falta de recursos do Estado para fiscalização, intervenção e manutenção de infraestruturas, criticando a "obediência cega a Bruxelas" que tem levado o executivo a cativações para cumprir o défice.

Aliança liga tragédia a falta de recursos por obediência cega a Bruxelas
Notícias ao Minuto

18:10 - 21/11/18 por Lusa

Política Acidente

"A tragédia de Borba, por muito que a lamentemos, por muito que não busquemos responsáveis, não pode deixar de estar ligada à política que o Governo, em obediência cega a Bruxelas, tem seguido de cativações, unicamente com o objetivo de cumprir os valores nominais do défice", acusou Carlos Pinto, membro da Comissão Instaladora da Aliança, na primeira conferência de imprensa do partido na sua sede nacional, em Lisboa.

O dirigente do novo partido fundado pelo ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes considerou que "faltam recursos do Estado para a fiscalização, para a intervenção e para a manutenção de infraestruturas" e apelou ao Governo para que inverta o rumo do "alheamento" que considera existir também em setores como a saúde e justiça para impedir uma "irreversível impossibilidade de recuperação destes setores".

Questionado se a Aliança defende que o Governo pode falhar as metas orçamentais acordadas com Bruxelas para aumentar os recursos do Estado, Carlos Pinto salientou que o partido "é profundamente europeísta", mas defende "uma visão nova" do que deve ser a relação entre os Estados Membros e as instituições europeias.

"Os portugueses estão a sofrer medidas de um fundamentalismo absolutamente inaceitável, que poderíamos identificar mais com o presidente do Eurogrupo do que com o ministro das Finanças ", afirmou, acrescentando que nem assim o país está a salvo de reparos da Comissão Europeia.

Carlos Pinto salientou que a Aliança "não comunga deste fundamentalismo" e estranha como o PS, que "tanto se empenhou em combater medidas do anterior Governo", tenha cativado até hoje mais despesa do que o executivo PSD/CDS-PP.

"Precisamos de uma nova visão do diálogo entre o Governo português e a Europa e a Aliança está completamente preparada para esse efeito", afirmou.

O deslizamento de um grande volume de terra na estrada 255, que provocou "a deslocação de uma quantidade muito significativa de rochas, de blocos de mármore e de terra" para o interior de pedreiras contíguas, ocorreu às 15:45 de segunda-feira.

O acidente, de acordo com a Proteção Civil, provocou, pelo menos, dois mortos, além de haver três pessoas desaparecidas.

Questionado se a Aliança compreende a posição do Governo italiano, que apresentou um Orçamento que viola as metas de Bruxelas, Carlos Pinto considerou que a Comissão Europeia tem de reconhecer que "o contrato interno estabelecido entre Governos dos Estados membros e o seu eleitorado não pode ser ignorado" e que cada país tem direito a decidir respostas orçamentais diferenciadas para corrigir as suas assimetrias.

"Entendemos que tem havido um sufrágio espontâneo, imediato e não questionante da posição de Portugal sobre exigências da própria Comissão", afirmou.

As críticas da Aliança ao que classifica como "deficiências do Estado" centraram-se também na área da saúde, considerando que a "crescente degradação em termos de tempo de espera e qualidade" do Serviço Nacional de Saúde prejudica sobretudo os utentes mais carenciados, sem possibilidade de recorrer aos serviços privados.

"Esta situação está a conduzir a uma possibilidade de agravamento das condições gerais de saúde dos portugueses", criticou, responsabilizando o "governo da frente esquerda" por esta degradação e, uma vez mais, as "cativações cegas".

A falta de 45,1 milhões de medicamentos nas farmácias do país foi outro dos problemas apontados na área da saúde, setor em que a Aliança promete "propor oportunamente" uma reforma sem "amarras ideológicas".

Na área da Justiça, a Aliança criticou a forma como o Governo abordou a negociação com os juízes portugueses, considerando que a justiça é uma "função fundamental do Estado" em que os seus agentes "não podem deixar de ter resposta à altura".

Em termos gerais, a Aliança acusou o Governo de estar "apostado em comprar o voto" dos portugueses com "medidas fáceis e oportunistas" que até poderá reverter depois das eleições, apontando como exemplo a gratuitidade dos manuais escolares para todos, independentemente dos seus rendimentos.

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