CDS diz que Bruxelas confirmou teses de "oportunidade perdida" e "logro"
O porta-voz do CDS-PP afirmou hoje que as previsões económicas de outono da Comissão Europeia (CE) vêm confirmar as suas teses de que o Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) é uma "oportunidade perdida" e um "logro".
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Política OE2019
João Almeida, em declarações aos jornalistas nos passos perdidos do parlamento, sublinhou "três grandes defeitos" do documento aprovado na generalidade por PS, BE, PCP, PEV e PAN há semana e meia e cuja discussão na especialidade prossegue até final do mês.
"Por um lado, primeiro grande defeito - a questão da oportunidade perdida. O que hoje a Comissão Europeia vem dizer é que Portugal vai crescer ainda menos do que aquilo que está previsto no Orçamento do Estado, que já era menos do que vamos crescer este ano e que o défice poderá ser o triplo daquilo que está inscrito no OE", disse o deputado democrata-cristão.
A CE estimou um abrandamento do ritmo de crescimento da economia portuguesa, para 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e 1,8% no próximo, abaixo das previsões do Governo socialista, cujas estimativas são respetivamente de 2,3% e 2,2%.
O parlamentar do CDS-PP distinguiu como "segundo grande defeito, que o CDS tem apontado a este OE - o do logro".
"Sabemos que com este tipo de divergência o que irá acontecer com o OE2019 é o que aconteceu com o de 18, 17 e 16, mas em pior. Aquilo que o parlamento vai aprovar não é aquilo que vai acontecer na prática porque o Governo vai ser obrigado a contrair a despesa", declarou.
Ainda segundo a CE, o défice português recuará uma décima entre este ano e o próximo, antecipando um valor de 0,6% para 2019, acima das previsões do Governo, que aponta para um défice de 0,2%.
Como "terceiro defeito", João Almeida sublinhou a falta de credibilidade, pois "já não é só a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) que diz que o défice inscrito no OE não corresponde à verdade".
"Agora é também a CE. Não é coincidência até porque os valores apontados são muito parecidos. A UTAO aponta para um défice de 0,5%, a CE aponta para 0,6% quando o Governo continua a garantir que é 0,2%. Não estamos a falar de uma diferença pequena", concluiu.
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