"Podemos destacar a revitalização do centro histórico e a dinâmica da área económica, com a criação de emprego, como os factos mais relevantes", afirma à agência Lusa o presidente do município, o comunista Carlos Pinto de Sá.

O autarca considera que o problema do "centro histórico abandonado e sem dinâmica" está "ultrapassado" e, agora, a zona nobre da cidade "tem dinâmica própria, atividade económica e residentes" e está em recuperação "um conjunto muito vasto de habitações".

O turismo dá "um importante contributo" para esta dinamização, mas "vai muito além disso", observa, destacando o papel da "animação sociocultural", que resulta do "trabalho conjunto da câmara e das associações" e teve como "ponto alto" o festival Artes à Rua, no verão.

Na área económica, prossegue o presidente do município, "nasceu", nos últimos meses, "um conjunto de investimentos significativos", que permitiu criar "centenas de postos de trabalho", fruto da aposta da autarquia na atração de novas empresas.

Pinto de Sá assinala a entrada em funcionamento da fábrica de componentes para a indústria aeronáutica da Mecachrome, o investimento na unidade fabril da Kemet Electronics e a inauguração do centro de excelência da tecnológica Capgemini.

"Mas mais importante do que o investimento é a dinâmica económica e a criação de postos de trabalho", indica, revelando que já começam a existir "algumas dificuldades" no preenchimento de alguns postos de trabalho.

Contudo, a oposição apresenta uma visão diferente e os vereadores do PS e do PSD, Elsa Teigão e António Costa da Silva, respetivamente, partilham da opinião de que uma das principais falhas da gestão comunista é a falta de limpeza e higiene pública.

A CDU "não tem conseguido manter a cidade limpa", frisa a socialista Elsa Teigão, lembrando que esta "era uma das reivindicações" dos comunistas quando o PS governava o concelho, no período entre 2001 e 2013.

"Ouvem-se queixas da população, tanto do centro histórico, como dos bairros e das freguesias rurais", relacionadas com "a recolha do lixo que não é feita, a sujidade existente na cidade, além das ervas que crescem em todo o lado e que afetam até monumentos", refere.

Elsa Teigão sinaliza também o que considera ser "o falhanço a nível financeiro", alegando que, após ter contraído dois empréstimos, a maioria CDU "ainda não conseguiu retirar" a Câmara de Évora da lista de municípios que continuam acima dos limites do endividamento.

A vereadora socialista admite que o festival Artes à Rua foi positivo para a cidade, devido à dinamização do centro histórico no verão, mas lamenta o "descontrolo financeiro" do evento, por não ter sido divulgado quanto foi gasto.

Por sua vez, o vereador do PSD, António Costa da Silva, resume o primeiro ano do segundo mandato da gestão CDU como "muito fraquinho", sustentando que, apesar de dizerem que o concelho está melhor, "as pessoas não sentem nada disso".

"E os piores problemas, que subsistem de há um ano para cá, continuam graves e são matéria básica, como a falta de limpeza e corte de ervas ou de cortes de água, não tão graves, mas com alguns problemas", afirma.

Costa da Silva diz que as estradas do concelho estão degradadas e que a circular da cidade teve "uma intervenção minúscula" e afiança que "as grandes obras" anunciadas pela maioria CDU estão "todas embrulhadas e não há uma que esteja a avançar".

"Muitas delas foram suborçamentadas, tanto que os concursos ficaram várias vezes desertos, mal planificadas ou mal projetadas. Os exemplos são a requalificação do Palácio D. Manuel, o edifício da câmara e as obras no Teatro Garcia de Resende", nota.

Sobre a falta de limpeza na cidade, o presidente da Câmara de Évora admite que a gestão CDU não teve "ainda a capacidade para dar a resposta necessária", mas indicou que está a "contratar trabalhadores" e a equipar os serviços.

O autarca chama ainda à atenção para a aposta na área da educação, com o investimento de "um milhão de euros" que está a ser feito em várias escolas, destacando igualmente os melhoramentos na organização do município, entre outros.

Nas eleições autárquicas de 01 de outubro de 2017, o comunista Carlos Pinto de Sá conquistou um segundo mandato à frente da câmara alentejana, novamente com maioria absoluta, com a CDU a eleger quatro elementos, o PS dois e o PSD um.