"Se Joana Marques Vidal não for reconduzida, cheira a esturro"
Luís Marques Mendes abordou o futuro da Procuradora-Geral da República, cujo mandato termina em outubro, e, com rasgados elogios, considera que Joana Marques Vidal deve ser reconduzida. Se não for, "qual vai ser a leitura que vai ser feita em Portugal e fora de Portugal?”, questiona.
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Política Marques Mendes
O mandato de Joana Marques Vidal como Procuradora-Geral da República termina em outubro, e ainda não é certo se será ou não reconduzida no cargo. Para Marques Mendes, contudo, não restam dúvidas: “se tem um mandato positivo, o óbvio é reconduzir”.
No seu espaço de comentário semanal no Jornal da Noite da SIC, Luís Marques Mendes elogiou o mandato de Joana Marques Vidal, que até agora “teve um mandato altamente positivo”, com “investigações difíceis e complexas sobre a banca, com os políticos, envolvendo um primeiro-ministro e um ministro, também no domínio das magistraturas e no futebol, e de um modo geral elogiada por toda a gente”.
Por isso, considera o comentador, “do ponto de vista do país, justifica-se que Joana Marques Vidal seja reconduzida para um segundo mandato”.
Um dos grandes feitos deste mandato, na ótica do comentador, é que “finalmente, criou-se a ideia que a justiça é para todos, que não havia justiça para ricos e justiça para pobres”. “Com o mandato positivo, porque não se reconduz?”, questionou o ex-líder do PSD.
Marques Mendes insistiu na questão e concluiu que “se não for reconduzida, cheira a esturro”, para, de seguida, destacar as duas grandes investigações do mandato de Joana Marques Vidal: José Sócrates e Manuel Vicente.
“[São] As duas grandes investigações do tempo de Joana Marques Vidal, politicamente falando, porque não é todos os dias que se investiga e se acusa de corrupção um ex-primeiro-ministro e depois, no caso de Angola, houve problemas sérios na relação entre Portugal e Angola”, explicou.
Por isso, caso a hipotética não recondução de Joana Marques Vidal aconteça, tal decisão poderá ter impacto não só a nível nacional, como lá fora.
“Perante estas duas investigações, se o poder político substitui Joana Marques Vidal, qual vai ser a leitura que vai ser feita em Portugal e fora de Portugal?”, questionou.
A decisão relativa ao futuro da Procuradora-Geral da República será tomada em outubro, não sendo ainda certo se Joana Marques Vidal continua ou não no cargo. Em janeiro, numa entrevista à TSF, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem admitiu que, na sua opinião, a procuradora poderia não ser reconduzida, uma vez que a Constituição só prevê um único mandato.
O Governo, na altura, afastou-se desta afirmação de Van Dunem, mas não esclareceu que decisão pretende tomar. Desde então, o Executivo e até o Presidente da República têm mantido o silêncio em relação ao futuro de Marques Vidal. Em entrevista recente ao Expresso, António Costa remeteu para outubro a decisão.
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