ERSE: Jorge Vasconcelos denuncia pressões do governo de Guterres
O antigo presidente da ERSE denunciou "fortes pressões" do governo de António Guterres para um contrato de aquisição de energia à central a gás do Ribatejo, considerando que se tivesse cedido "hoje a família dos CMEC contaria mais um membro".
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Política Inquérito
"Em 1998 o governo tentou promover a celebração de um novo contrato de aquisição de energia [CAE], para a central a gás do Ribatejo, por ajuste direto entre a REN e a EDP", disse hoje Jorge Vasconcelos na comissão parlamentar de inquérito às rendas da energia, referindo que "apesar de fortes pressões políticas, a ERSE não reconheceu a existência de um estado de necessidade".
Assim, acrescentou, a central acabou por ser construída pela EDP no sistema elétrico não vinculado, isto é, sem preço de aquisição garantido, sem CAE.
"Se a ERSE tivesse cedido à pressão política, hoje a família dos CMEC [que substituíram os CAE em 2007] contaria com mais um membro", declarou, adiantando que "essa não foi a primeira, e também não foi a última vez que a ERSE soube manter a independência, cumprindo a sua missão".
Jorge Vasconcelos alertou que "quem consultar a imprensa da época poderá facilmente verificar o tipo de ataques orquestrados de que a ERSE foi alvo durante longos meses", por causa do parecer que levantava vários problemas à legislação que criava os CMEC.
Mais tarde, questionado pelo deputado do CDS-PP Hélder Amaral sobre os "ataques", Jorge Vasconcelos reiterou que "basta consultar a imprensa para ver como havia estratégias de comunicação bem montadas".
"Não lhe desejo perceções iguais às que tive naquele período", concluiu.
Em 2006, Jorge Vasconcelos demitiu-se e foi substituído na presidência da ERSE por Vítor Santos, que deverá ser ouvido no parlamento na próxima semana.
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